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Duas bandas são essenciais para se entender o hardcore dos anos 80. Black Flag e Husker Du. Sem elas, não existiria o grunge, não existiria o hardcore melódico, o emo, provavelmente sem elas, nossas rádios e as paradas de sucesso estariam infestadas de babas eletrônicas e pop até hoje, como eram as rádios no começo dos anos 90.

Líder e principal vocalista do Husker Du, Bob Mould, figura cultuada em todo o mundo (e no Brasil também, visto que gente de todo o país lotou dois shows do músico em São Paulo na sexta e sábado, feitos com lotação esgotada há semanas), o americano pisou o Rio de Janeiro (cidade também conhecida como o túmulo do rock) para se apresentar para cerca de 300 abnegados fãs no Circo Voador ontem.

A platéia era um verdadeiro quem é quem da cena alternativa carioca dos anos 80/90, com muita gente de banda, jornalistas, fotógrafos, agitadores culturais, produtores, a maioria de cabeça branca e se emocionando a cada lembrança que as músicas de Mould proporcionavam.

Foram 82 minutos onde ele, acompanhado de uma banda enxuta, apenas baixo e bateria, desfilou hits de todas as fases da sua carreira, passando pelo Husker Du, Sugar e a carreira solo, como “If I can´t Change Your Mind”, “Helpless”, “Changes”, “A Good Idea” até desembocar num dos maiores clássicos do hardcore mundial, “Could You Be The One?”, música que ele não costumava tocar ao vivo há decadas, mas que voltou ao repertório nessa turnê latino-americana.

Um show de lavar a alma como há muito não se via nessa cidade.

Confira um trecho do show aqui