Nesta quinta-feira (2) o jornalista Luciano Vianna, idealizador da Festa Ploc, fez, através da página oficial do evento no Instagram, um manifesto direcionado ao Rock In Rio, pedindo que no evento, a presença de artistas e outros símbolos da cultura e da música dos anos 80 ganhe mais visibilidade.

Confira o texto na íntegra:

“Carta aberta ao Rock in Rio, Zé Ricardo e à cultura brasileira:

Onde estão os grandes vendedores de discos dos Anos 80, que fizeram o país inteiro dançar e cantar e ainda carregaram as gravadoras nas costas, num dos melhores momentos da música brasileira em todos os tempos? Para o Rock in Rio eles simplesmente não existem ou nem existiram. Pelos menos foi isso que ficou claro com o anúncio de um dia dedicado a “todas” as facetas da nossa música popular, mas esqueceu de artistas que nos últimos 20 anos lotam o Brasil, do Oiapoque ao Chuí, nesse grande movimento cultural de renascimento que foi criado pela Festa PLOC, que devolveu o respeito e a representatividade a artistas que fizeram toda a diferença nos Anos 80, trazendo em evidência dezenas de nomes vendedores de milhões na melhor fase do rock nacional e que agora foram relegados pela “atual elite” cultural.

Artistas como Benito de Paula (50 milhões de discos vendidos), Fábio Júnior (16 milhões), Gretchen (15 milhões), Roupa Nova (8 milhões), Wando (6 milhões), Trem da Alegria (5,5 milhões) e dezenas de outros, foram grandes responsáveis por se impulsionar toda uma indústria fonográfica no Brasil, principalmente por um enorme motivo: foi com dinheiro desses artistas, hoje renegados pelo Rock in Rio, que se pôde produzir discos de outros artistas clássicos da nossa MPB, como Caetano, Chico, Gil e muitos hoje num panteão inalcançável.

Outros nomes ignorados, como o vencedor de Grammy Zé Henrique (Yahoo), Rosana, Dr. Silvana & Cia, João Penca & Seus Miquinhos Amestrados e muitos vendedores de milhões, que tém suas músicas eternizadas até hoje no imaginário popular e que nunca tiveram uma oportunidade nesse festival tão importante para a nossa cultura.
É muito triste se sentir ignorado, vilipendiado, esquecido, menosprezado por uma direção musical que poderia ter sido muito mais completa e abrangente.
Queremos entender como um DIA BRASIL, criado para homenagear a cultura brasileira, pelo maior festival de música do país, para comemorar seus 40 anos, se deu ao luxo de varrer para debaixo do tapete um movimento de retomada gigantesco e que já dura duas décadas como a FESTA PLOC, de reerguimento e, principalmente, de respeito a dezenas de artistas que venderam milhões e ainda movem semanalmente enormes platéias em todo o país, principalmente, entender os critérios usados pelo curador Zé Ricardo e pela direção do festival para esquecerem algo tão rico, histórico e necessário para a cultura musical brasileira.
Até quando isso, Rock in Rio?

Assinado

DJ Dom LV (Festa Ploc)
Avellar Love (João Penca e Seus Miquinhos Amestrados)
Cicero Pestana (Dr. Silvana & Cia)
Luciano Nassyn (Trem da Alegria)”

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