“Infiltrado na Klan”, o novo filme de Spike Lee

Vai começar a maratona cinéfila carioca de 2018, bombado com 200 filmes de 60 nações, com o esperadíssimo “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, como sua mais ansiada atração. Confira a seguir as apostas para o evento:

“Sueño Florianópolis”, de Ana Katz: Sem forçar nenhum alarde, esta coprodução Brasil x Argentina X França vem ganhando espaço significativo nas grandes mostras de cinema da Europa, tendo brilhado nos festivais de San Sebastián, Londres e Karlovy Vary, evento na República Tcheca onde ganhou o Grande Prêmio do Júri. Gustavo Garzón e Mercedes Morán são um casal hispano-americano que visitam Santa Catarina com os filhos sonhando rever boas lembranças de anos passados, mas se surpreendem com as mudanças locais. Seu tom de comédia romântica é cativante;
“Infiltrado na Klan”, de Spike Lee: Desde “Faça a coisa certa” (1989) um filme do mais combativo cronista cinematográfico da exclusão racial não fazia tanto barulho. Laureado com o Grand Prix do júri de Cannes, o longa recria a história real do policial negro que se infiltrou na KKK;
 “A vida em si”, de Dan Fogelman: O criador da série “This is us”, um fenômeno global, tem feito plateias estrangeiras chorarem com este delicado folhetim sobre os efeitos que o fim do casamento entre um roteirista (Oscar Isaacs) e uma pesquisadora de teoria dramática (Olivia Wilde) pode ter sobre diferentes pessoas – seja entre seus parentes, seja em desconhecidos. Antonio Banderas vive uma das pessoas afetadas por esse trágico fim de amor: na pele de um produtor de azeite, o ator espanhol chega ao apogeu de seu talento;
“Sueño Florianópolis”, de Ana Katz: 
Sem forçar nenhum alarde, esta coprodução Brasil x Argentina X França vem ganhando espaço significativo nas grandes mostras de cinema da Europa, tendo brilhado nos festivais de San Sebastián, Londres e Karlovy Vary, evento na República Tcheca onde ganhou o Grande Prêmio do Júri. Gustavo Garzón e Mercedes Morán são um casal hispano-americano que visitam Santa Catarina com os filhos sonhando rever boas lembranças de anos passados, mas se surpreendem com as mudanças locais. Seu tom de comédia romântica é cativante;
“Vision”, de Naomi Kawase: Queridinha da crítica europeia desde a conquista do Grande Prêmio do Júri de Cannes, com “A floresta dos lamentos”, em 2007, a mais popular diretora japonesa começou a carreira em 1992, alternando narrativas filosóficas quase fabulares com enredos sobre reconstruções afetivas. Começou trabalhando na linha da sutileza. Agora, ela aborda o amor de maneira mais escancarada nesta trama com Juliette Binoche. A atriz vive Jeanne, uma pesquisadora e ensaísta que viaja por matas nipônicas à caça de uma planta medicinal rara, que brota de 900 em 900 anos. Seu guia (Masatoshi Nagase) muda sua forma de ver o querer, evocando uma paixão que Jeanne experimentou na mocidade, fora da França;
“THF: Aeroporto Central”, de Karim Aïnouz: 
Laureado na Berlinale com o Prêmio da Anistia Internacional, o novo documentário do realizador de “Madame Satã” (2002) acompanha a vida de sírios, afegãos e iraquianos que adotaram hangares abandonados do aeroporto Tempelhof como lar. O local foi um marco da aviação no III Reich, sob o jugo nazistas, e serviu como um símbolo da reconstrução de Berlim no fim dos anos 1940. Fora de operação para pousos e decolagens, ele serve hoje como instância de inclusão.
“Vírus tropical”, de Santiago Caicedo: Virtuosismo técnico e contundência dramática se casam em harmonia neste desenho animado latino. Temos aqui um balanço geracional à moda colombiana do diretor estreante Santiago Caicedo, gestada com suporte dos animadores David Restrepo, Manuel D’Macedo, Carolina Gómez e Felipe Sanin. Seu roteiro e seu visual são baseados na HQ homônima (autobiográfica) da cartunista Powerpaola, sobre uma menina que cresce em Quito, no Equador, em meio ao caos afetivo depois que o pai, um pastor, abandona sua família;
“Correndo atrás”, de Jeferson De: Aplaudidíssimo nos EUA, em sua passagem pelo New York African Film Festival, esta comédia do realizador de “Bróder” (2010) aposta no carisma (farto) de Ailton Graça na pele de um batalhador profissional que vislumbra uma chance de mudar de vida treinando um craque de futebol. O desafio é encontrar um Neymar para chamar de seu; 
“Cano Serrado”, de Erik de Castro: 
Inspirado na figura do xerife vivido pelo Brian Dennehy em “Rambo: Programado para Matar” (1982), o realizador de “Federal” (2010) transforma Rubens Caribé em um sargento sedento de vingança, que joga o senso de heroísmo clássico por terra. Na região sem lei e sem alma onde Sebastião é figura de ordem, herói é quem atira primeiro e mais certeiro. Fernando Eiras, Paulo Miklos, Jonathan Haagensen e Milhem Cortaz também estão no elenco deste thriller de ação; 
“A queda do império americano”, de Denys Arcand: 
Cerca de 32 anos após a estreia de “O declínio do império americano”, cerca de 15 anos após a consagração mundial de “As invasões bárbaras”, o historiador e cineasta canadense retoma os personagens de seus dois sucessos de público e crítica para radiografar as falências morais do cotidiano. A saga de um caminhoneiro que se apropria ilegalmente de dinheiro alheio deflagra um carrossel de perseguições policiais e reflexões; 
“Carvana”, de Lulu Corrêa: 
Irreverência costumava ser a palavra precisa para definir Hugo Carvana de Hollanda – fosse como ator, como cineasta, como torcedor do Fluminense, como cronista da vida boêmia ou como gente – até ele cometer a deselegância de deixar este mundo, em 2014, sem pedir licença ao nosso afeto. Aí, para se referir a ele, é preciso falar em “saudade”. Não é por acaso, portanto, que irreverência e saudade se misturam no comovente documentário batizadocom o sobrenome do astro, dirigido por sua fiel assistente; 
“A pé ele não vai longe”, de Gus Van Sant: 
O aclamado realizador de “Elefante” (2003) está há quase dez anos distante das narrativas experimentais que lhe garantiram a Palma de Ouro de Cannes, fazendo dele um renovador de linguagem. Sua fase atual tangencia o melodrama. Seu novo trabalho, indicado ao Urso de Ouro de Berlim, recria a trajetória de John Callahan (1951-2010), alcoólatra que, após ficar paraplégico em um acidente de trânsito, virou um cartunista classe AA no quadrinho mundial. Joaquin Phoenix brilha no papel de Callahan; 
“A prece”, de Cédric Kahn: 
Com três apenas anos de carreira, o jovem Anthony Bajon ganhou o prêmio de Melhor Ator em Berlim pelo papel de um dependente químico que encontra uma bifurcação redentora para escolher seguir: de um lado, as benesses do Senhor; do outro, os prazeres da carne. É o trabalho mais recente do astro de “A economia do amor” (2016) como realizador. Lembra “Os incompreendidos” (1959), de François Truffaut; 
“Girl”, de Lukas Dhont: 
Laureado com quatro prêmios em Cannes, entre eles o de Melhor Longa-metragem de Estreia, este drama da Bélgica sobre afimação de identidade de gênero é encarado como um potencial concorrente ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Victor Polster vive uma bailarina trans às voltas com o preconceito;
“Hal Ashby”, de Amy Scott: Montadora de formação, com uma prolífica trajetória na edição de curtas e longas, Amy se lança na direção documentando a trajetória profissional de William Hal Ashby (1929-1988), realizador de marcos dos anos 1970 como “Ensina-me a viver” (1971) e “Amargo regresso” (1978). Sua estética pautada pela delicadeza influenciou uma série de diretores mais jovens, entre eles Steven Spielberg, fã declarado de Ashby;

“Não me toque”: Urso de Ouro em solo alemão para um debate sobre prazer

“Happy hour – Verdades e consequências”, de Eduardo Albergaria: Coprodução Brasil e Argentina, esta ciranda de reviravoltas amorosas põe o galã de Buenos Aires Pablo Echarri (de “Plata quemada”) como um professor de Letras numa Urca em época de eleição. Letícia Sabatella vive a mulher do educador: uma política assolada pela notícia de que o marido quer “abrir” a relação. A direção do estreante Albergaria esbanja segurança e poesia, amplificada pela fotografia de Marcelo Camorino (de “Nove rainhas”);
“Não me toque”, de Adina Pintilie: O ganhador do Urso de Ouro da Berlinale. É parte ficção, parte documentário, parte expressão corporal, parte psicanálise. A inglesa Laura Benson é sua personagem central: seus dilemas pessoais convidam a uma investigação sobre os modos mais variados de se obter o prazer, seja na presença de michês, seja em papos com sexólogos ou terapeutas sexuais. Ela se apresenta em cena como cineasta, mas quem filma suas pesquisas de campo é a própria Adina, por trás das câmeras; 
“A rainha do medo”, de Valeria Bertuccelli e Fabiana Tiscornia: Às vésperas de completar 50 anos, uma das atrizes mais populares da Argentina, Valeria Bertuccelli (de “Chuva”), estreia na direção com um drama sobre o surto de uma estrela às vésperas de subir aos palcos com um monólogo. O filme rendeu a ela e à sua codiretora o Prêmio Especial do Júri do Festival de Sundance.