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U2 está em estúdio e vem aí com disco e turnê mundial

Há guitarras agressivas, Brian Eno e “folk irlandês Sci-Fi”

por Robert Halfoun

Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen (sim, ele está de volta depois de passar por cirurgia que o tirou do ar nos últimos dez meses) estão tramando e trabalhando mineiramente para vir com algo jamais visto na carreira da banda.

Depois da espetacular (mas sem sal) série de concertos no Sphere (a casa de shows em forma de bolha que engole o espectador), em Las Vegas, e a ideia maluca de virarem uma espécie de banda residente, o U2 prepara-se para uma virada.

A inspiração vem de Pop, o disco e a turnê, tão transgressor para o seu tempo que muitos cabeças de amendoim preferiram falar mal para entender a potência do conceito e da música que veio dele anos depois.

Mas, não, nem pense em beats ou synths, o U2 2025 quer guitarras – de todo tipo. Isso significa mergulhar, nas palavras de The Edge, “numa espécie de música folk irlandesa de ficção científica”. Ok, não quer dizer muito até ouvirmos para entender o que a fera quer dizer. Spoiler: o produtor Brian Eno está nessa com eles.

O lançamento da edição comemorativa de 20 anos do álbum How to Dismantle an Atomic Bomb, intitulada Re-Assemble Edition, em novembro de 2024 dá algumas pistas. A versão inclui a remasterização do álbum original e dez faixas inéditas das sessões de gravação originais, como “Country Mile” e “Picture of You (X+W)”.

Durante a realização deste trabalho, The Edge comentou que, durante as sessões originais, a banda explorou diversas ideias musicais, como a incursão ao folk irlandês, que não podiam ser utilizadas naquele momento, cujo o objetivo era melhorar o que já havia sido feito e não fazer coisas novas.

Bono disse que revisitar as antigas faixas trouxe à tona a energia crua e a interação dos quatro músicos tocando juntos. E, se pensarmos na energia de um quarteto folk irlandês, por exemplo, não fica difícil conectar uma coisa com a outra.

O que sabe-se é que eles andam inquietos, num período em que a banda está se permitindo ir além dos limites tradicionais, buscando um som único. Ele vem da pesquisa por novas sonoridades, num disco focado em guitarras e com uma pegada mais agressiva.

Então vem a fome com a vontade de comer: o prazer de soar como uma banda viva tocando junto aliado a guitarras que gritam é igual a… turnê mundial no estilo mega, típico do U2, pensada nos mínimos detalhes para funcionar em estádios.

O início das apresentações ainda não tem data, mas devem seguir o roteiro tradicional do disco que sai depois do verão no hemisfério norte, por entre setembro e início de novembro, e shows que partem da Austrália para rodar o planeta e terminar na América do Sul.

Sobre isso, lembra que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, ventilou a ideia de um show gratuito do U2, na Praia de Copacabana? Sim, há conversas sobre isso. Mas a realização do projeto está vinculada a definição das datas da turnê. Janeiro de 2027 seria o período mais provável, a não ser que encontrem uma janela antes.