A boa do dia do Festival do Rio 2019: “A Jaqueta de Couro de Cervo” (“Deerskin”), de Quentin Dupieux, às 14h15, no Estação Net Ipanema

RODRIGO FONSECA
No mesmo dia em que concedeu a Carroça de Ouro (seu troféu honorário anual) a John Carpenter, a Quinzena dos Realizadores de Cannes projetou uma bizarríssima comédia francesa do cineasta Quentin Dupieux (de “Rubber, o pneu assassino”): a hilária, porém esquisita “A Jaqueta de Couro de Cervo” (“Deerkskin”), que chega agora ao Festival do Rio. Sua estreia em circuito brasileiro está agendada para 2 de janeiro. Vale uma olhada atenta, pois se trata de uma hilária reflexão sobre TOC feita por herdeiro de Leos Carax. Na produção, batizada como “Le Daim” em solo francês, Jean Dujardin (ganhador do Oscar por “O artista”) vive um sujeito que gasta 700 euros em um casaco de pele de rena e fica obcecado pelo traje, fazendo dele um amigo com quem abre seu coração. Ele enlouquece em nome do projeto pessoal de eliminar todas as outras jaquetas que existam no mundo. Chega ao ponto de assassinar pessoas encasacadas, para assegurar que só ele tenha um traje desse tipo. Só pela descrição dá pra notar que é uma trama excêntrica, como todos os longas de Dupieux. Mas é difícil não cair na gargalhada com ela. E Dujardin tem um desempenho luminoso em cena. A fotografia esmaecida é assinada pelo próprio realizador.
“Espero que vocês saibam apreciar ironia”, disse Dujardin à Croisette. “Este longa foi uma divertida maluquice”.
Tem mais uma projeção dele no sábado, às 16h15, no Kinoplex São Luiz, com repeteco no domingo, às 16h30, no Estação Net Gávea.