Aconteceu nessa segunda (17), no Parque Lage, no Rio, a coletiva de imprensa da animação “Rio 2”, que tem estreia prevista para 27 de março. No evento, promovido pela distribuidora Fox do Brasil, estavam presentes o ator Rodrigo Santoro, que faz a voz do personagem Túlio, o diretor Carlos Saldanha e os músicos Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, responsáveis pela trilha sonora do filme, que é a sequência do sucesso “Rio” (2011), protagonizado pela ararinha azul Blu.
Sobre as diferenças entre o primeiro e o segundo filme, se foi mais fácil, mais difícil, o cineasta disse que conhecer os personagens facilita muito, mas a pressão também aumenta. “A história é minha mesmo. Eles gostaram e eu tive liberdade para fazer o que queria”, falou Saldanha.
Conhecido no exterior, onde praticamente construiu sua carreira, o compositor Sérgio Mendes não escondia a alegria de ter feito parte desse segundo projeto, repetindo a dobradinha com Saldanha. O diretor lembrou que as músicas foram todas feitas em português e só depois passadas para o inglês. “Conseguimos manter as onomatopeias e a sonoridade brasileiras em inglês”, frisou.
Carlinhos Brown lembrou da importância do contato constante deles com o diretor, que também interferiu nas músicas. “Você também fez letras neste filme”, falou o também jurado do “The voice Brasil”, fazendo referência à participação de Saldanha. “A gente trabalhou muito para que a música fizesse parte da história”, completou o cineasta.
Em cartaz no Brasil com o filme “300 – A Ascensão do império” e retornando das filmagens de “Os 33”, no Chile, obra sobre os mineiros que ficaram soterrados, Rodrigo Santoro segue colhendo frutos da iniciativa de investir na carreira internacional. Uma delas, sem dúvida, é o fato de a voz do personagem Túlio (o humano pesquisador de pássaros e amigo de Blu) ser dele na versão brasileira do filme e na versão americana, algo bastante incomum.
Saldanha disse que ele mostrou novamente o primeiro filme para o ator, para que ele “entrasse no personagem”, e Santoro revelou detalhes do seu reencontro no estúdio: “Quando eu vi, estava batendo asas, com o microfone, tentando me comunicar com os pássaros”. Ele ressaltou ainda que foi exatamente isso que aconteceu para criar a ideia de falar o tal do “passarês”, quando Túlio faz ruídos como se tivesse falando com as araras.
Questionado se a partida de futebol entre as araras na história teria alguma conotação política em ano de Copa do Mundo, o cineasta frisou que “Rio 2” começou a ser escrito dois meses após o lançamento do primeiro (2011) e que no original já era prevista a existência de um jogo e que neste, de cara, ele decidiu que teria de qualquer maneira. “A coisa do futebol eu quis colocar no primeiro e não deu. E em um no de Copa, foi mais legal ainda. Brasil e futebol tem tudo a ver”, empolgou-se.
Cheio de sequências musicais e momentos que lembram o estilo Hollywood, o criador de Blu e seus companheiros revelou as influências brasileiras sem pensar duas vezes. “Tem Carimbó, Maracatu, Ciranda, Parintins… Um pout-pourri de Norte e Nordeste. Teve festa junina. É brasileiro”, explicou.
“O filme que eu criei é uma utopia. Não é um documentário. Eu quero que eles se divirtam, que tenha uma mensagem, que pesquisem, que tenham vontade de preservar”, finalizou Saldanha, visivelmente focado em um futuro melhor e desejando que esse sonho vire realidade.