Myrna Silveira Brandão, de Berlim

 

“Ausência”  – que deu a Chico Teixeira o prêmio especial do júri de melhor diretor no Festival do Rio – foi bem recebido em sua estreia na Berlinale.  Ao ser chamado ao palco por Wieland Speck, programador da Panorama, Teixeira subiu correndo sob risos e aplausos da plateia.

 

“Só posso dizer que estou muito feliz, agradeço ao festival e a todos e espero que gostem de ‘Ausência’”, resumiu o diretor.

 

O filme é um tocante drama familiar, sexual e afetivo. A história segue o cotidiano do menino Serginho (Matheus Fagundes), o cuidado com sua mãe e seu irmão mais novo, o trabalho na feira, sua amizade com Mundinho e Silvinha e sua relação confusa entre sexo e afeto com o professor Ney (Irandhir Santos).

 

Fagundes também foi premiado no festival carioca com o Redentor de melhor ator.  Por sinal, o filme pode sair daqui com algum prêmio, já que os títulos participantes da Panorama concorrem  ao troféu de audiência e da crítica internacional.

 

Antes da sessão, Teixeira  – um pouco ansioso,  mas confiante na boa receptividade do público ao seu filme – conversou com o LABORATÓRIO POP sobre os resultados que espera desta seleção em Berlim e a motivação para ter feito o filme.

 

Qual o significado da participação de Ausência  num festival conhecido pela exigência na seleção e, ainda mais na prestigiada Panorama?

 

“Fiquei surpreso, mas exultante de ter sido selecionado e acho que vai ser ótimo para a carreira do filme, tanto internacionalmente quanto lá no Brasil. Estou muito feliz, nem sei o que poderia dizer mais”.

 

O que o levou a contar essa história?

 

“O que eu mais queria era mostrar as fragilidades de todos nós, sem máscaras, sem maquiagem, um filme cru, essa é a forma como vejo a vida”.

 

Como espera que o público da Berlinale veja o filme?

 

“Espero que o filme seja visto pelas pessoas pelo lado de dentro, pelo lado emocional da vida do protagonista”.