por Myrna Silveira Brandão, de Berlim

 

“Cinquenta tons de cinza”, de Sam Taylor-Johnson, foi o filme sensação nesta quarta (11) na 65ª edição do Festival de Berlim.

 

Na prévia para a imprensa, metade dos jornalistas não conseguiu ingressar no lotadíssimo auditório do Star Imax, que não é normalmente o cinema para essas sessões, mas foi escolhido devido ao seu tamanho. Mesmo assim, não comportou tanta gente.

 

À noite, a sessão de gala para o público no enorme Zoo Palast – recentemente reformado – não foi diferente. Três horas antes do início da sessão, uma enorme multidão já se aglomerava na porta do cinema. Na verdade, desde cedo, havia fãns dormindo na fila para ter a oportunidade de ver os atores em primeria mão.

 

Apesar dos ingressos para essa première, terem se esgotado três dias antes da sessão, foi a única projeção do filme para o público durante o festival.

 

“A exibição aqui é a primeira vez do encontro do filme com a audiência, depois de um tempo trabalhando duro e secretamente”, declarou a diretora, que até então só tinha realizado um longa: “O garoto de Liverpool”.

 

Adaptação do famoso best-seller de E. L. James – que foi traduzido para 51 idiomas – “Cinquenta tons de cinza” foi exibido na Berlinale Especial, fora de concurso.

 

A trama – já mundialmente conhecida – segue Anastasia Steele (Dakota Johnson) uma estudante de literatura de 21 anos, recatada e virgem. Um dia ela deve entrevistar para o jornal da faculdade o poderoso magnata Christian Grey (Jamie Dornan).

 

O encontro resulta numa complexa relação entre ambos: com a descoberta amorosa e sexual, Anastasia conhece os prazeres do sadomasoquismo, tornando-se objeto de submissão do sádico Grey.

 

De modo geral, a avaliação da crítica aqui em Berlim é que o filme é fraco, bem como seus diálogos e até as badaladíssimas cenas de sadomasoquismo. Durante a exibição para a imprensa, o filme – que já foi até chamado de “melhor comédia do ano” – chegou realmente a provocar risos.

 

A Universal é a detentora dos direitos da trilogia que prevê as continuações: Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade – mas certamente aguardando o resultado da bilheteria, ainda não se pronunciou sobre as eventuais adaptações.

 

A diretora, por sua vez, pelo menos por enquanto, não confirma que vai realizar os dois filmes seguintes:

 

“Eles podem me chamar mas não quero neste momento fazer nenhum outro filme”, afirma quase em tom em tom de desabafo. Em entrevistas anteriores, ela já havia dito que fazer o filme foi trabalhoso e complicado.