RODRIGO FONSECA
Muito vai se falar sobre Cabul no Festival do Rio 2023 co. A exibição de “Meu Pequeno Maad” (também chamado “Ma Famille Afghane” e de “My Sunny Maad”), neste dimingo, às 16h, no Kinoplex São Luiz. A animação virou um ímã de aplausos em suas projeções nas telas de Annecy, a maior mostra de desenhos do mundo, de onde saiu com o prêmio especial do júri. A direção é da diretora tcheca Michaela Pavlátová , ganhadora do Urso de Ouro de curtas, em 1995, por “Repete”. Seu primeiro longa animado acompanha a imersão de Herra, uma jovem tcheca, no Afeganistão após seu casamento com Nazir, um sujeito apaixonado por ela, mas devoto às tradições de seu país. Após o casamento, Herra vai morar com a família dele, assumindo a burca sobre suas madeixas louras, submetendo-se a regras que, pouco a pouco, vão minando sua felicidade e sua aposta na harmonia da vida a dois. As tentativas frustradas de Herra em engravidar dão ainda mais peso naquele relacionamento, pautado por códigos sexistas de opressão.
“Meu interesse são relações afetivas e laços de família. Não enxergo essa narrativa como sendo um filme político, embora seja impossível não ter uma abordagem politizada ao falar sobre o Afeganistão. Mas minha questão essencial aqui é a arte de ser tolerante. Era ver como uma mulher se ajeita em meio às regras daquela sociedade”, disse Michaela ao LabPop. “Trabalhei com uma equipe de estudantes recém-formados, num roteiro que começou em 2015. Sou uma artista que fiz meus curtas animados praticamente sozinha, no controle de tudo. Fiz dois longas de ficção, que me ensinaram muito. Mas esse trabalho animado precisava de uma equipe pequena”.
Tem sessão extra de “Meu Pequeni Maad” na terça, às 14h45, no NET Gávea, e no dia 14, às 21h45, no NET Rio.
