Gustavo Benjão, faz de sua música um caminho para experimentações sonoras e um olhar para a realidade. Se no seu último trabalho solo, “Axé” (2022), ele misturava a celebração e a dança com dilemas sociais, estruturas familiares e lutas cotidiana, agora ele dá um passo além.
“AFRUZZ” é uma jornada instrumental sobre os timbres e efeitos das guitarras africanas, só que com um forte storytelling. A ideia é que o disco seja como a trilha de um filme.
“Esse é um filme que surgiu na minha imaginação quando estava finalizando e nomeando as faixas. Escutando as faixas e imaginei a história de um jovem entregador de aplicativos, negro, periférico, estudante de arte e aspirante a artista multi-midia, que luta pra sobreviver e exercer sua criatividade de alguma forma. Afruzz virou o nome artístico dele, e eu fui organizando e nomeando as faixas como uma espécie de narrativa, ou até mesmo pano de fundo pra acontecimentos num dia da vida desse jovem”, com o artista que já se apresentou com artistas como Moreno Veloso, Nina Becker, Rodrigo Amarante e Lucas Santtana.
“Há algum tempo eu pensava em fazer um disco instrumental mas invariavelmente as palavras sempre encontravam uma maneira de permear a minha obra. Dessa vez eu assumi de alguma forma o meu lado músico apenas, guitarrista, ou até multi-instrumentista, já que toquei os baixos, alguns teclados e as baterias eletrônicas. Eu como compositor, mesmo já tendo feitos inúmeros temas instrumentais em trilhas sonoras, principalmente pro teatro, tive que exercer algum desapego da mensagem clara que muitas vezes a letra, a palavra dá de maneira tão clara. Mas isso me abriu pra imaginar que as palavras não necessariamente precisavam estar na música, mas poderiam ocupar um lugar no imaginário e no sub-entendimento, o que abre de certa forma um lugar diferente do que estava habituado como compositor”, resume Benjão.
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