Myrna Silveira Brandão, Especial para o Laboratório Pop, de Berlim

 

O Festival de Berlim anunciará na noite deste sábado (14.02) os premiados com os Ursos de Ouro e Prata, escolhidos pelo júri presidido pelo cineasta americano Darren Aronofsky. Assim, o assunto predominante em todos os cinemas, bares e conversas na cidade gira em torno de qual serão os vencedores desta edição 65ª da Berlinale. Mesmo considerando que cabeça de júri sempre pode trazer surpresas, alguns títulos lideram a bolsa de apostas para os cobiçados troféus.

 

Os três que mais agradaram ao público e à crítica foram:

 

45 Years, do britânico Andrew Haigh, sobre um casal que está preparando a festa de aniversário de casamento quando um fato inesperado altera completamente o relacionamento entre os dois;

 

El Club, do chileno Pablo Larrain, ambientado numa casa onde vive um grupo de sacerdotes que lá chegou por razões múltiplas e muito complexas;

 

Vergine Giurata, de Laura Bispuri, uma produção da Albânia, que ganhou os aplausos da crítica por seu viés estético, humano e político;

 

Também bem cotado está “Ixcanul Volcano”, de Jayro Bustamante, primeiro filme da Guatemala a participar de uma competição em Berlim. O drama sobre uma jovem maia de 17 anos em busca de uma vida melhor emocionou e tem chances de ser premiado.

 

Embora dividindo opiniões, não está destacado “Knight of cups”, novo filme do enigmático Terrence Malick sobre um homem viciado em sucesso e infeliz com o vazio e o sentido de sua vida. Está longe de ser o melhor dos seus filmes – e também de ser um destaque entre os cotados – mas é sempre um filme de Malick.

 

“Táxi”, de Jafar Panahi, também tem chances de sair daqui com um Urso. Delicado, bonito e poético, não é um dos melhores entre os favoritos, mas há um aspecto político forte na questão. Desde 2011, a Berlinale vem liderando uma série de protestos em prol da liberdade de expressão e física do cineasta, proibido de sair do Irã e de filmar.   Isso pode, sem dúvida, influir nos jurados.

 

A propósito, por essa razão ou pelo próprio filme, “Táxi” já ganhou o prêmio da crítica internacional (FIPRESCI),  anunciado ontem à noite, numa cerimônia de gala.

 

Atores

 

Para ator e atriz, os grandes favoritos são a inglesa Charlotte Rampling, de 69 anos, e Tom Courtenay, de 77, que vivem o casal de “45 Years”.

 

Outra atriz cotada é Alba Rohrwacher, que está ótima em Vergine Giurata. Também está sendo comentada Maria Mercedes Coroy, protagonista de “Ixcanul Volcano”.   E também com chances a ótima Maria Telón, que interpreta sua mãe e emocionou a todos pela humilde simplicidade na coletiva de imprensa.

 

O Brasil está no páreo para o Urso de Ouro de melhor curta-metragem com “Mar de fogo”, de Joel Pizzini, um filme-ensaio experimental sobre as pulsões inventivas de Mário Peixoto, autor de “Limite” (1930). Embora o teor hermético da obra de Pizzini, o filme foi bem recebido na sessão dedicada aos curtas-metragens.

 

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