Myrna Silveira Brandão, especial para o LABORATÓRIO POP, de Berlim
Ambientado num futuro próximo, “Logan”, de James Mangold, segue um envelhecido Wolverine que deve proteger uma jovem clone de si mesmo, de uma organização diabólica liderada por Nathanial Essex. Tendo no elenco Hugh Jackman, Patrick Stewart, Richard E. Grant, Boyd Holbrook, Stephen Merchant e Dafne Keen, “Logan” é a sequência de “X-Men Origens: Wolverine” (2009) e “Wolverine – Imortal (2013)”. O filme, um dos títulos mais aguardados desta 67ª edição do Festival de Berlim, onde participa fora de concurso, teve nesta sexta (17) sua noite de gala no suntuoso Palácio dos Festivais, antecedida de uma prévia para a imprensa.
A história parte da última trilogia de Wolverine, superherói do universo Marvel – e que supõe ser o adeus de Jackman para o personagem Logan; e o Professor Charles Xavier devem lidar ainda com a perda dos X- Men, quando a corporação liderada por Nathaniel Essex está destruindo o mundo. Tudo piora porque as habilidades de cura de Logan estão lentamente desaparecendo e o Alzheimer de Xavier o está levando ao esquecimento de muitas coisas.
Na coletiva após a projeção – da qual participou o LABORATÓRIO POP – Mangold, que colaborou no roteiro escrito por Scott Frank e Michael Green, falou sobre o filme e a opção de dar um viés diferente à história.
“O espetáculo apenas não é o suficiente. O que tentamos fazer foi investir no personagem, fazer um filme que, tirando a parte da ação, fosse realmente um drama poderoso. Se isso nos tornou diferentes ou não, deixo esse julgamento para os espectadores. Por sinal, num evento da 20th Century Fox, alguém disse que o filme faz com que a gente imagine que a ação não está acontecendo em um universo diferente do nosso”, disse o diretor, detalhando a linha temporal do filme.
“Nós estamos no futuro e reencontrando todos esses personagens em circunstâncias que são um pouco mais reais. Nós os tínhamos visto em ação, salvando o universo, mas agora há outras questões envolvidas: de envelhecimento, de solidão, de encontrar seu lugar no mundo”, explicou o cineasta, complementado por Stewart:
“Somos todos afetados por estes tempos de mudança e influenciados por ela”, filosofou.
Perguntado sobre as histórias em quadrinhos que mais influenciaram o filme, Mangold destacou que foram as da Marvel, mas que há também uma ligação com alguns faroestes.
“Um deles, por exemplo, é “Imperdoáveis”, de Clint Eastwood, que serviu de modelo em várias situações”, disse o talentoso diretor de 44 anos.
Jackman, por sua vez, revelou que o filme excedeu sua expectativa. “Eu amo esse personagem, faz parte do que eu sou”, revelou o consagrado ator, sob aplausos da plateia.