Myrna Silveira Brandão, de Berlim
Fotos de Maria Antônia Silveira Gonçalves e Divulgação

O destaque desta quinta (27) da Berlinale Special foi “Charlatan”, de Agnieszka Holland. O filme foi exibido numa sessão prévia para a imprensa, seguida de uma entrevista com Holland e à noite terá sessão de gala no Berlinale Palast. Carlos Chatrian, diretor artístico do festival manifestou sua satisfação com a presença de Holland no evento.

“O modelo de cinema de Agnieszka Holland conta, não apenas o passado, mas oferece também uma interpretação do presente. É um orgulho para nós que esteja na Berlinale” ressaltou Chatrian.

O novo filme de Holland narra a verdadeira história do curandeiro Jan Mikolasek – interpretado pelo astro tcheco Ivan Trojan – um homem dotado de habilidades excepcionais, que viveu no contexto dos totalitários anos 1950.

Na coletiva, Holland foi muito aplaudida, precisando levantar várias vezes da cadeira para agradecer as palmas.

Perguntada sobre seu processo de trabalho, Holland disse que, além do cinema, também trabalha na televisão e que se mantém consciente de suas responsabilidades sociais.

“Existe um movimento ambientalista que está crescendo em meu país e que é muito importante diante da negação dos problemas ambientais do mundo”, lembrou.

Sobre o cerne da trama, Holland deu uma explicação que vem muito de encontro ao estilo de seus filmes.

“No coração desta história, existe o amor entre duas pessoas, contada através de uma forma lírica, mas também muito violenta”, explicou Holland, figura frequente no festival desde 1981 quando concorreu ao Urso de Ouro com “Fever”.

Seguiram-se outras participações: em 2017 quando disputou o Urso de Ouro com “Rastros” (Pokot) – e, na ocasião, ganhou o Urso de Prata – Prêmio Alfred Bauer, pelo trabalho inovador, dividido com Kasia Adamik.

Em 2019, voltou a concorrer ao Urso de Ouro com “Mr. Jones”, um filme que trouxe novas luzes sobre o genocídio ucraniano, abordando o fato histórico do Holodomor (conhecido como o Holocausto Ucraniano).