Rodrigo Fonseca
Começou hoje no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro a retrospectiva mais bem afiada que Martin Scorsese poderia ter em solo nacional, neste ano em que ele volta à ativa na direção com “The Irishman”, a grande aposta da Netflix para 2019, e na produção, com “Joler”, tendo Joaquin Phoenix de Coringa. Esta noite, o CCBB exibe “Quem bate à minha porta?”, que marcou a estreia dele na direção de longas, em 1967. Mas o outro chega mesmo nesta quinta. Veja a programação de 3/1/2019:
15h – Sessão gratuita– Curtas. 77 min. DVD. Livre.
“What’s a Nice Girl Like You Doing in a Place Like This?”. De Martin Scorsese (EUA, 1963). 9 min. ComZeph Michaelis, Mimi Stark, Sarah Braverman, Fred Sica.
Um escritor compra um quadro de um barco num lago e a sua obsessão pelo quadro torna a vida diária impossível.
+ “It’s Not Just You Murray!”. De Martin Scorsese (EUA, 1964). 15 min. ComIra Rubin, Andrea Martin, San De Fazio, Robert Uricola, CatherineScorsese.
Murray é um criminoso de “meia tigela” cujo conforto material provém da sua velha associação com um amigo de infância, Joe. Murray foi preso enquanto Joe escapou da polícia e depois no hospital casou com a enfermeira. Desconhecendo que Joe o o explora e tem um caso descarado com sua mulher, Murray continua a enaltecer as virtudes do seu amigo.
+ “The Big Shave”. De Martin Scorsese (EUA, 1967). 6 min. Com Peter Bermuth
Ao som da voz de Bunny Berigan cantando “ I Can’t Get Started”, um rapaz entra no banheiro e começa a fazer a barba até que grandes quantidades de sangue começam a jorrar de seu rosto.
+ “Michael Jackson: Bad”. De Martin Scorsese (EUA, 1987). 17 min. Com Michael Jackson, Adam Nathan, Pedro Sanchez, Wesley Snipes, Gregory Holtz Sr.
Videoclipe para a música “Bad”, de Michael Jackson.
+ “Histórias Maravilhosas”. “Amazing Stories, “Mirror, Mirror”, Temporada 1, Episódio 19, “Reflexos, Reflexos”. De Martin Scorsese (EUA, 1986). 24 min. Com Sam Waterston, Helen Shaver, Dick Cavett, Tim Robbins.
Famoso escritor de terror que afirma não ter medo de nada passa a viver apavorado pois toda vez que olha no espelho vê que um zumbi está prestes a enforcá-lo.
É a gênese dele como realizador, misturada a experiências em clipes e longas em segmento. E na sexta, às 18h, rola “Touro indomável” (1980), sobre o boxeador Jake La Motta.
“Era um menino com asma que não podia correr nem rir muito alto. Numa casa sem livros, meus pais me levaram ao cinema, para ver o clássicos da Hollywood de 1944, 45. A chegada de uma pequenina televisão em nossa casa mudou as coisas, pois havia um canal de TV só para italianos em Nova York, no qual eu vi clássicos da Itália como ‘Paisà’. Ali, a noção de ‘filme estrangeiro’ passou a ser bem próxima para mim”, disse o cineasta, ganhador do Oscar em 2007, por “Os infiltrados”, com Jack Nicholson. “Ao trabalhar com ele, havia um ponto da improvisação que você precisa conhecer bem. É necessário correr atrás dos atores, entender os espaços deles, perceber o quanto há deles nos personagens. É preciso atenção, sempre. Sobretudo para alguém que não filma o desconhecido. Só filmo aquilo que eu entendo, que conheço bem”.