Myrna Silveira Brandão
O tradicional Urso Honorário concedido pelo Festival de Berlim vai, nesta sua 69ª edição, para a atriz Charlotte Rampling. A carreira de Rampling contempla mais de 100 trabalhos no cinema e na TV. Em 2006 ela foi Presidente do Júri Internacional na 56ª Berlinale e em 2015 ganhou o Urso de Prata de melhor atriz por “45 anos”, de Andrew Haigh. O mesmo papel lhe rendeu uma indicação ao Oscar naquele ano.
A renomada atriz iniciou sua carreira cinematográfica em 1966. Um dos seus primeiros papéis foi no espirituoso filme britânico “Georgy, a feiticeira”, dirigido por Silvio Narizzano.
A repercussão internacional teve início em 1969 na atuação do drama político “Os deuses malditos”, de Luchino Visconti. Mas ela será sempre lembrada por seu impressionante desempenho em “O porteiro da noite”, de Liliana Cavani, e que inclusive desencadeou uma onda de controvérsias. No filme, ela interpreta uma sobrevivente de um campo de concentração que, por acaso, se encontra mais tarde com o oficial nazista da SS, que tinha sido seu opressor.
Um de seus sucessos mais recentes foi em “Hannah”, de Andrea Pallaoro, retrato íntimo de uma mulher que lida com as consequências do encarceramento de seu marido, papel que lhe rendeu a Copa Volpi de melhor atriz no festival de Veneza de 2017.
A cerimônia de entrega do prêmio em 14 de fevereiro será antecedida de uma sessão especial do já clássico “O porteiro da noite”.
Ao fazer o anúncio, Dieter Kosslick, diretor do festival, manifestou sua satisfação com a indicação de Rampling.
“Estou muito feliz que a homenagem deste ano seja dedicada á sublime atriz Charlotte Rampling. Ela é um ícone do cinema não convencional e empolgante”, afirmou Kosslick.
O tributo na Berlinale será acompanhado de uma Retrospectiva de seus principais trabalhos.
O Festival de Berlim acontece de 7 a 17 de fevereiro. O filme de abertura será “The kindness of strangers”, da dinamarquesa Lone Scherfig, e a atriz Juliett Binoche presidirá o Júri da mostra competitiva oficial.