Nesta quinta-feira (9) a cantora e compositora Christine Valença lançou seu novo álbum, “Lentes de âmbar”. O projeto tem a produção assinada por Elísio Freitas e já está disponível nas principais plataformas de streaming de música.
Christine também é atriz e bailarina. Nasceu numa família envolvida pela música, porém escolheu o teatro para iniciar sua carreira artística. Como atriz, teve seus melhores momentos interpretando Judy Garland em “Nasce uma estrela” e fazendo um papel importante na produção musical canadense “A world apart”, em 2019. Foi nessa época que decidiu investir em seu próprio trabalho musical e começou a compor. Por uma dessas inexplicáveis ironias do destino, sua fase mais prolífica aflorou durante um dos momentos mais difíceis de sua vida. “Tive que lidar com o luto pelo falecimento do meu pai, enfrentei uma separação muito dolorosa e logo em seguida veio a pandemia trazendo junto um mar de incertezas. Esse caos despertou em mim uma necessidade urgente de botar pra fora esse turbilhão de emoções. Quando me dei conta, estava com o violão em punho, compondo, tentando me salvar usando a música como uma espécie de escudo. Eu não teria sobrevivido se não fossem essas canções”, comenta ela sobre o catártico processo de composição.
A sonoridade de Christine Valença, mais do que qualquer outra coisa, passa a sensação de pertencer a uma outra época. O timbre singular de sua voz, os arranjos, as construções harmônicas arquitetadas fora dos parâmetros comerciais, tudo remete a essa noção anacrônica. E algo semelhante acontece quando se tenta enquadrá-la em algum estilo. Se existisse um atlas geográfico do mundo da música, Christine estaria localizada em alguma região remota na fronteira entre o alternativo e o pop. O porquê dessa percepção talvez tenha origem nas amplas e díspares influências da artista, que vão da MPB ao indie rock, do soul ao folk, da música cubana à Chanson française.