Um power trio de Marília (SP) que produz marotas crônicas de relacionamentos, o Cosmotel está zanzando ainda mais pelos anos 70 com o lançamento do álbum “Dois e dois”, que flana pelas plataformas digitais nesta quarta-feira (3) pelo selo Trago Records. Carlos Eduardo (guitarra e voz), Dennis Felipe (baixo e voz) e Samuel Berardo (bateria) põem um tijolinho a mais numa carreira que começa em 2019 e parece que vai para um caminho bom, muito bom.
O segundo disco dos meninos é arrumado, leve e tem um quê de rock gaúcho, como na faixa “Garota, eu sei”. Em “Bar”, o trio mostra talento com harmonias intrincadas e levadas à strokes; “Adoçante” abre com um riff que bem poderia ser da lavra do Queens of Stone Age, mas depois descamba para um rock limpinho de tonalidades suaves.
As 10 canções de “Dois e dois” agradam e têm uma unidade, que soam a reboque de guitarras que estão todas no lugar certo. A balada “Azul” puxa um piano bluezzy que logo se prolonga com bons teores de rock setentista, a bordo de hammond sussurando antiguidades.
Os caras da Trago Records são organizados e vendem bem o peixe. O material que chega para a imprensa tem tudo mastigadinho, e isso ajuda bastante.