Rodrigo Fonseca
Maior hit do Festival do Rio 2018, “A queda do império americano”, de Denys Arcand, acolhido com aplausos por onde passou desde sua primeira projeção, em Toronto, em setembro, agora vai tentar a sorte na terra do Conde Drácula. O mais recente trabalho do historiador e diretor canadense vai ser uma das principais atrações do Festival da Transilvânia, que ocorre de 31 de maio a 9 de junho na Romênia. Em solo carioca, o longa de Arcand virou assunto nas rodinhas cinéfilas, tornando-se filme obrigatório no boca a boca da maratona carioca. É a terceira parte de uma trilogia iniciada em 1986 pelo historiador e cineasta, com “O declínio do império americano”, complementada por “As invasões bárbaras”, Oscar de melhor filme estrangeiro de 2004. Neste conto moral sobre os efeitos do liberalismo, um intelectual que trabalha numa transportadora se apropria de duas malas com uma fortuna em dinheiro roubado. Com a ajuda de uma garota de programa de luxo e de um ex-presidiário expert em economia, ele vai arrumar um meio de usufruir da bolada sem cair na malha fina da polícia federal. Filme algum foi mais bem falado no Festival.
“Não tenho noção de qual seja meu papel no cinema e nem me preocupo com isso, pois só filmo quando tenho a dizer coisas que possam ajudar o público a crescer e sair da letargia”, disse Arcand por email ao LabPop.
Além de Arcand, o Festival da Transilvânia vai exibir “Gloria Bell”, de Sebastián Lelio; “Bra”, de Veit Helmer; “Notti magiche”, de Paolo Virzi; e o ganhador do Urso de Ouro de Berlim deste ano, “Synonymes”, de Nadav Lapid. Além disso, o diretor francês Michel Gondry, de “Brilho eterno de uma mente sem lembranças” (2004), vai ganhar uma homenagem pelo conjunto de sua obra. Já Bernardo Bertolucci (1941-2018) vai ganhar uma homenagem póstuma com uma projeção de “O conformista” (1970).