“Esse é um disco pra quem quer mergulhar de cabeça nos sentimentos, pra ouvir enquanto tudo em volta desmorona e pra perceber que depois da chuva é tão bonito. Um trabalho focado no exagero, no limite de tudo, do som e das emoções (vc não sente?!).”
É essa a definição da própria banda para Fim do Mundo, o seu quarto álbum, lançado em janeiro de 2025. E o mais consistente deles.
Mais um vez, é o grupo quem dá a pista sobre a elasticidade sonora que ouvimos no álbum, com uma pegada forte, sempre ancorada no indie rock, coisa de banda grande.
“Quanto tempo demora pra gravar e lançar um álbum? Pra mim, a resposta é: uma vida inteira. Acho que o Fim do Mundo precisou de uma vida inteira pra tomar forma. Precisou do Animalia, do Lapso, do Lúmen, de todas as formações, todos os ex-integrantes, todos que já trabalharam com a gente, todos que construíram essa história do nosso lado, cantando na frente ou atrás do palco. Muita coisa precisou deixar de ser pra que ele começasse a existir.”
O Menores Atos, afinal, existe desde 2002, viu muita água passar e agora se posiciona como uma banda sem medo de se aproximar, por exemplo, de influências do boom do rock nacional (para o bem e para o mal) lá nos anos 80. E também de fazer um disco que fala, basicamente, de amor.
A ideia é conceitual ao dividir a obra em três atos: “Vazio”, “Em Demolição” e “Depois do sol e da chuva”. No fundo, fala da dor do desapego, da separação e das frustrações que vêm a reboque quando encaramos as duas situações ditas acima.
Fim do Mundo tem jeitão de desabafo, mas não um desabafo babaca e sim poético, conduzido por ótimas guitarras, grooves marcantes e uma produção sofisticada, com ecos e texturas aplicados aqui e ali, sem mais nem menos.
O álbum conta com convidados como Ale Sater, do Terno Rei, em “Gravidade”, e Rodrigo Suricado, do Barão, em “Não tem mais verão”.