Só filé!

The Collective

Kim Gordon

Matador

por Robert Halfoun

Esqueça o Sonic Youth. Kim Gordon, aos 70 anos, está em outra onda. The Collective é um álbum atormentado – e atormentador. O som pesado e distorcido aparentemente não vem de guitarras, mas de sintetizadores que gritam como máquinas industriais em meio a climões, loops e beats que reproduzem barulhos aleatórios.
Definitivamente, Kim Gordon não é para amadores. E continua visionária como sempre, numa experimentação profunda e sem fim. Ela praticamente não canta no disco, mas declama as letras que refletem pensamentos mundanos e explosões de raiva.
Do começo ao fim, em 40 minutos divididos em 11 canções, a lenda do indie incomoda mas ao mesmo tempo nos conduz a um mergulho profundo nas inquietações de todos temos dentro de nós.
Estamos falando, enfim, em música contemporânea elevada a enésima potencia, expandindo os limites de tudo o que conhecemos. The Collective ao vivo deve promover uma experiência inebriante, quase um ritual imerso numa escuridão que diz muito sobre o tempo em que vivemos.