John Lennon foi cruelmente baleado por um fã obcecado em 1980, mas o ex-Beatle continua com a língua afiada. Uma entrevista recentemente redescoberta traz o compositor definindo as gravações de Let it be, o inconstante último disco a ser gravado pelo Fab Four, como um inferno.

A entrevista, feita pelo jornalista Howard Smith, do Village Voice, foi feita pouco após a gravação do disco, mas ficou esquecida no sótão de Smith por quase 40 anos e agora vai ser colocada à leilão.

“Estávamos passando pelo inferno”, disse Lennon, como de costume nessa época, costeado por Yoko Ono. “Isso acontece direto. É uma tortura sempre que produzimos alguma coisa. Os Beatles não têm nenhuma mágica que vocês não tenham. Sofremos muito toda vez que fazemos alguma coisa e temos que aturar uns aos outros. Imagine trabalhar com os Beatles, é duro”.

“Há uma tensão. É tenso toda vez que a luz vermelha acende”, continuou Lennon, que também descreveu o disco como “esquisito”. “Nunca chegamos a terminá-lo. Não queríamos realmente fazê-lo. Paul estava nos pressionando a gravar o disco. São os Beatles sem os ternos”.