“Pelo o que eu me lembre os discos sempre estiveram na vitrola, na sala dedicada à música no apartamento dos meus pais. Ouvia-se de tudo. E essa foi a minha escola”, diz o novo diretor de projetos do LABORATÓRIO POP. “Até que, adolescente, eu fui parar dentro do lendário estúdio da Emi-Odeon, no bairro de Botafogo, no Rio, onde pude, não só trabalhar nas gravações, como estagiário, mas acompanhar o processo criativo de nomes como Paralamas, Legião, Plebe Rude, 14 Bis, só para citar a turma do rock.
Com passagens como editor-chefe da revista “Bizz” e mais um monte de publicações célebres da Editora Abril, Halfoun na última década passou a se dedicar a projetos digitais. É de sua lavra a criação do novo portal Laboratório Pop, que será lançado em julho, para celebrar os 20 anos no mercado.
“O site do Laboratório Pop foi pensando como uma revista, porém com o desafio de envolver com recursos gráficos, sem perder a agilidade. A ideia é unir forma e conteúdo, ser referência de modernidade e traduzir a essência do universo plural e dinâmico no qual ele está inserido”, explica Halfoun.
Criador do Laboratório Pop, o jornalista Mario Marques, que hoje se dedica ao marketing político, com 9 livros publicados e atuação em mais de 100 campanhas eleitorais, diz que o amor pela música manteve o Laboratório Pop de pé todos esses anos.
“Mesmo com altos e baixos, com momentos em que o portal ficou parado ou irrelevante, nunca pensei em fechar a marca. Ela faz parte da minha história”, diz Marques, que passou 20 anos em redações, como crítico e repórter de música do “Globo” e editor executivo do “Jornal do Brasil”. “O Robert é um craque do design e do olhar de produto. E o novo portal que ele criou é fantástico”.
Halfoun lembra dos tempos da Bizz. “Ali tudo ficou ainda mais sério porque éramos os porta-vozes de um cenário de pop e rock pulsante, que formou musicalmente uma geração inteira. E, o mais legal, com uma abordagem absolutamente plural, na qual compartilhávamos boas audições e opiniões de Abba a Zappa”.
Foi nesse ambiente que o jornalista estreitou sua relação com a música. “Ia a centenas de shows, entrevistando artistas novos e consagrados, tive o privilégio profissional de estar cara a cara (e gravador na mão) com Kiss, Metallica, Robert Plant, Robert Smith, Red Hot Chili Peppers, Alanis, Dave Ghrol, Isaac Hayes, Ozzy, The Cranberries, Hoottie & the Blowfish, Sting e tantos outros”.
As reportagens da Bizz eram insanas. “Muitas vezes em situações inusitadas, sugeridas por nós, como num jantar com Dave Murray e Jannick Gears, do Iron Maiden, no qual sushis eram servidos sobre uma japonesa nua, deitada em cima da mesa. Ou então numa churrascaria rodízio com os quatro integrantes do Slayer, absolutamente embasbacados diante do desfile de maminhas e picanhas. Isso horas antes da apresentação deles no festival Monsters of Rock”.
Hoje morando na França, Robert toca vários projetos, mas o Laboratório Pop já entrou no sangue. “Ficou mais fácil acompanhar de perto o que acontece no mundo do rock e do indie. Principalmente agora no verão, quando o bicho pega”.