Rewind para dezembro de 2018. São Paulo. Quem vê o alemão Hannes Bieger na D-edge quase não acredita no som que vem do palco, em altíssima fidelidade. E não esquece jamais.
Nunca ouviu falar? Bem, você não ouve eletro. E aqui vai uma bio num rato: ele é o grande mestre dos sintetizadores modulares, desde que mergulhou de cabeça nos cabos, plugues e frequências, em 2016.
De lá para cá, Hannes Bieger se transformou num dos caras mais cultuados (chamado de maestro por muita gente boa) da cena eletrônica mundial. Curiosamente, ele deu recado supresa na sua conta no Instagram: está livre para produzir e mixar em janeiro e fevereiro de 2025. Como e onde? Na bio tem o contato dele para andar com a negociação.
O que esperar do mago? O disco “Balance presents”, de 2022, diz muito. Ele é uma peça rara, cool-cheio-de-ritmo-no-talo, que traz o suprassumo da assinatura de Bieger: as texturas. O que ele expurga dos speakers remete à sonoridade original das experimentações eletrônicas dos anos 1960 conectado ao que queremos ouvir agora. Sempre com uma qualidade sonora irretocável.
A alta fidelidade do som é uma das características de Biegger, reproduzida mesmo em grandes performances ao vivo. Nelas, ele bola sets poderosos (a partir de um Moog Sub 37, um DSI Prophet-6 e um UA Apollo 8 conectados numa mesa SSL). Aí vem sonoridades e referências surpresas. Resultado: ele reúne na plateia uma audiência absolutamente plural desde quem vai apenas beber e pular até quem quer degustar música de qualidade, independentemente do seu estilo.
Vale dizer, antes de seguir em carreira solo, há seis anos, Bieger foi um dos engenheiros de mixagem mais requisitados da Europa, cultivando uma reputação intocável, com uma lista enorme de artistas, incluindo alguns dos maiores nomes do house e do techno.
Em 2024, Bieger lançou três singles que precisam estar na sua playlist: “Fear is gone”, com Cari Golden ; “Black hole” e, especialmente, “Rising”, com Shrii.
