RODRIGO FONSECA
Cannes chega ao fim neste sábado com fortíssimas chances de premiar o musical “Emilia Perez”, do francês Jacques Audiard, e o drama indiano “All We Imagine As Light”, de Payal Kapadia. Conheça a seguir cinco títulos, de mostras paralelas à disputa pela Palma de Ouro que merecem a atenção do circuito brasileiro.

VIVRE, MOURIR, RENAÎTRE, de Gaël Morel: Uma ciranda amorosa assombrada pelo HIV. Nos anos 1990, o condutor de trem Sammy (Theo Christine), casado com Emma (Lou Lampos), vai se apaixonar pelo fotógrafo Cyril (Victor Belmondo), que é soropositivo. A relação entre o trio gravita da doçura ao medo, sempre com laços de aliança.

ON BECOMING A GUINEA FOWL, de Rungano Nyoni: Mais badalado dos representantes da África no Festival, esta fábula sombria da Zâmbia marca a volta da diretora de “Eu Não Sou Uma Bruxa” (2017). Rungano nos leva aos bastidores de um enterro, no qual a despedida de um tio provoca uma surreal transformação numa família.

ALGO VIEJO, ALGO NUEVO, ALGO PRESTADO, de Hernán Rosselli: Numa mistura tênue entre realidade e ficção, este thriller argentino acompanha a vida do clã Felpeto, uma espécie de Sopranos do jogo de azar. Vídeos caseiros de uma vizinha do diretor viram material dramático numa trama sobre a vida nos subúrbios.

LA PRISONNIÈRE DE BORDEAUX, de Patricia Mazuy: Um ensaio sobre alteridade no bastidor do universo carcerário. Duas mulheres de classes sociais diferentes, Mina (Hafsia Herzi) e Alma (Isabelle Huppert), vão formar uma aliança conforme visitam seus companheiros numa prisão.

TRANSMITZVAH, de Daniel Burman: O realizador de “O Abraço Partido” (2004) chega à Croisette com seu melhor filme em anos. Nele, uma cantora de músicas em ídiche perde a voz e precisa da ajuda de seu irmão, com quem não se relaciona há anos, para recobrar sua saúde e cicatrizar feridas familiares.