RODRIGO FONSECA

Na seara da animação, o Japão anda brilhando nas bilheterias internacionais, até nos EUA, com “O Rapaz e a Garça” (“The Boy and the Heron”), de Hayao Miyazaki. Ao mesmo tempo, por aqui, o novo e autoralíssimo melodrama de Hirokazu Koreeda, “Monster”, arrebata corações no Brasil. Esse êxito se dá no momento em que o país acaba de acolher uma outra (e inusitada) atração nipônica: “Godzilla Minus One”. A produção de US$ 15 milhões estreou neste fim de semana no circuito brasileiro, contabilizando em seu currículo de venda de ingressos uma receita estimada em US$ 60 milhões. Essa aventura fantástica de tom melodramático chega em nossas telas graças ao empenho da Sato Company.

Celacanto que provoca maremoto (e destrói prédios), Godzilla vai completar 70 anos em 2024. Sua primeira passagem pelas telas aconteceu em 1954, numa produção dirigida por Ishirô Honda (1911-1993). Mas o aniversário da criatura acabou por ser antecipado pelo êxito comercial de “Minus One”. Trata-se de uma das pipocas mais quentinhas do ano na telona.

Sua trama tem como foco as ações do piloto kamikaze Kōichi Shikishima (Ryunosuke Kamiki) que aterra na ilha de Odo, em meio a um combate aéreo. O mecânico de aeronaves Tachibana (Munetaka Aoki) insinua que Shikishima fugiu do seu dever, por covardia. Em meio a essa acusação, uma criatura parecida com um dinossauro, Godzilla, ataca. Shikishima entra no seu avião, mas não consegue disparar contra o monstro e fica inconsciente. Ao acordar, descobre que Tachibana é o único sobrevivente, que culpa Shikishima por não ter agido. Vai começar aí uma cruzada de combate contra Godzilla, que transborda adrenalina. A direção de arte do longa deslumbra plateias com seu padrão vintage. Lembra “Jaspion”.