London Burning

Riot Fest encerra a temporada de festivais nos EUA

Por Laboratório Pop

Texto e fotos por: Luciano Vianna

 

 

Riot Fest encerra a temporada de festivais nos EUA em grande estilo

O London Burning esteve no último fim de semana no sensacional Festival Riot Fest, em Chicago. Para esse colunista, que foi ao festival pela quarta vez, é o melhor evento da temporada de shows do fim do verão americano e trouxe em seus três dias de shows nomes como Foo Fighters, The Cure, Postal Service, Turnstile, entre outros medalhões.

The Cure

60 mil pessoas por dia passaram pelo Douglass Park, uma área verde no meio de Chicago. A sexta-feira, com sol a pino, teve como destaques uma raríssima apresentação da lenda do funk George Clinton, como seu Parliament-Funkadelic. Pena que Clinton, já com idade avançada, praticamente se tornou uma versão decorativa no show da banda, entrando no palco apenas para animar o público e fazer seus Yeahs com a típica voz rasgada punida pelos excessos e pelo tempo. O dia também teve como destaque a apresentação das Breeders tocando na íntegra um dos discos chaves do rock alternativo 90s, Last Splash.

Breeders

De Dave Grohl à Kim Gordon (que tambem se apresentou no dia), foi o show que teve mais artistas na lateral do palco assistindo, prova de que, mesmo 30 anos depois, The Breeders ainda é uma das bandas mais influentes daquela geração de ouro do rock alternativo. Fechando a noite, o Foo Fighters fez aquele seu já tradicional show recheado de hits e a animação tipica de Dave Grohl, que carregou a noite com suas histórias sobre Chicago e regeu o público que lotava o parque por quase duas horas.

Já o segundo dia amanheceu nublado, prenúncio de uma virada de tempo que estava chegando por ali. O dia, que tinha o maior número de bandas, também foi o dia mais cheio de público, todos ansiosos para ver shows de bandas como Insane Clown Posse, Sleep Token (atuais queridinhos da cena metal), Viagra Boys (os pós-punks suecos sensação), Queens of Stone Age (que fizeram um show bem aquém dos seus melhores dias), Yard Act (math rock inglês), entre dezenas de outras. Como destaque nessa noite a dobradinha Death Cab For Cutie e Postal Service, que dividem membros entre si e estão fazendo a turnê mais badalada do ano, celebrando dois discos que estão completando 3 décadas em 2023: Transatlanticism e Get Up.

George Clinton

Durante a madrugada a chuva finalmente chegou e ao amanhecer do terceiro dia do festival, grandes poças se formaram no parque, o que obrigou a produção a adiar a abertura em mais de duas horas. Com isso, bandas esperadas como Smoking Popes Just Mustard e Microwave tiveram seus shows cancelados e uma enorme fila se formou para a entrada do festival que enfim abriu as portas no começo da tarde. O último dia trouxe como destaque o palco principal com curadoria do The Cure, que escolheu atrações como os shoegazers do Ride, o cabaret do Desdren Dolls e a dupla Cults.

Ride

Nos outros palcos, desfilavam lendas do hardcore como o Gorilla Biscuits, Earth Crisis, LS Dunes e Finch, entre muitos outros. Com uma chuva chata e intermitente, bem ao estilo gótico, o The Cure subiu para fechar o Riot Fest com o show de maior duração do festival, 2h45m, trazendo todos os seus hits como “Lovesong”, “Pictures of You”, ” A Forest”, dando uma prévia do excelente show que o Brasil vai assistir no Primavera Sound, no começo de dezembro em São Paulo. O saldo final foi de um festival sem perrengues, fácil de chegar e sair, com excelentes shows, dezenas de barracas de comida e lojinhas e uma diversão que, infelizmente, os festivais brasileiros ainda não aprenderam a fazer.

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