Rodrigo Fonseca
Objeto de culto entre a nova geração de escribas da “Cahiers du Cinéma”, Nadav Lapid é um diretor israelense de 43 anos, com 16 anos de carreira, cuja obra ganhou uma outra dimensão neste sábado com a conquista do Urso de Ouro por “Synonymes”. É um filme sobre palavras e RGs, passaportes e vocábulos. É o drama de um rapaz em trânsito pelo mundo e por si mesmo. Yoav (Tom Mercier) nasceu em Israel mas corre de lá, para sentar a sorte em Paris, tendo um dicionário como aliado e a estranheza como seu adversário. Tem algo de Wim Wenders nesta abordagem, mas há uma voz autoral muito particular em construção. Que bom que Berlim sacou isso e ainda premiou o ótimo “Grâce à Dieu”, de François Ozon.

Lista de Premiados da Berlinale 2019

Urso de Ouro: “Synonymes”, de Nadav Lapid (Israel)
Prêmio Especial do Júri: “Grâce à Dieu”, de François Ozon (França)
Documentário: “Talking about trees”, de Suhaib Gasmelbari (Sudão)
Melhor filme de estreante: “Oray”, de Mehmet Akif Büyükatalay (Alemanha)
Direção: Angela Schanelec (“I was home, but…”)
Atriz: Yang Mei (“So long, my son”)
Ator: Wang Jingchun (“So long, my son”)
Roteiro: Roberto Saviano, Claudio Giovannesi e Maurizio Braucci por “Piranhas – La paranza dei bambini”
Troféu Alfred Bauer (de inovação de linguagem): “System crasher”, de Nora Fingscheidt
Prêmio de contribuição artística: Rasmus Videbaek, pela fotografia de “Out stealing horses”
Curta-metragem: “Umbra”, de Florian Fischer e Johannes Krel (Alemanha), com o prêmio Audi de curtas para “Rise”, de de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca (Brasil)
Prêmio da Crítica: “Synonymes”, de Nadav Lapid (Israel)
Prêmio da Anistia Internacional: “Espero tua (re)volta”, de Eliza Capai
Prêmio do Júri Ecumênico: “God exists, Her name is Petrunya”