Do subúrbio do Rio de Janeiro ao sucesso mundial, os registros realizados nos dias 17 e 18 de janeiro de 2022 foram transformados no álbum “Elza ao vivo no Municipal”, lançado no dia 13 de maio de 2022, Dia de Preto Velho na umbanda e também de resistência ao racismo e abusos cometidos em mais de 300 anos de escravidão no Brasil. A exibição chega à TNT e HBO Max como parte da programação especial do mês da Consciência Negra para relembrar e celebrar a luta contra a opressão.
No “Especial Elza Ao Vivo no Municipal”, foram selecionadas 15 faixas que contam as passagens de sua vida e como ela enxergava o mundo no auge de seus 91 anos. A música “Meu curi”, que abre o disco, ganhou clipe inédito com depoimentos da cantora em relação ao corpo, performance, músicas, vestes e adereços. “Se acaso você chegasse”, “A carne” e “Maria da Vila Matilde”, entre outras.
“O processo todo foi uma imersão muito grande na vida dela. Elza foi o acontecimento da minha vida. Procurei conviver com ela, li toda sua biografia, pesquisei histórias que estão fora da internet com pessoas próximas à Rainha. Quem me apresentou Elza foi Zé Ricardo, outro genial artista do mundo musical, que me trouxe muitas histórias de amor com ela. Então, há um estudo minucioso para refletir a convergência entre a estrutura harmônica e as imagens, a ordenação das músicas e dos instrumentos com a fotografia e a montagem do filme. Fiquei três meses na edição e finalização, convivendo diariamente com Elza, após a sua partida. Foi doloroso e, ao mesmo tempo, uma explosão de amor por ela. Por isso, a montagem desse filme traz uma linguagem simbiótica entre o roteiro criado um ano antes do espetáculo e a outra parte criada depois dele, quando fomos atrás dessas conversas tão lindas e íntimas da Rainha, como a que ela teve com Paulo Gustavo”, relembra Cassius.