RODRIGO FONSECA
Entre os achados latino-americanos do 77º Festival de Cannes, a Argentina se faz notar, e bem, com TRANSMITZVAH, de Daniel Burman. O realizador de “O Abraço Partido” (2004) chega à Croisette com seu melhor filme em anos. Nele, uma cantora de músicas em ídiche perde a voz e precisa da ajuda de seu irmão, com quem não se relaciona há anos, para recobrar sua saúde e cicatrizar feridas familiares.
Na competição oficial, o longa-metragem mais badalado até agora é o musical “Emilia Pérez”, de Jacques Audiard, no qual um líder de um cartel do tráfico no México resolve transicionar e assumir uma identidade feminina. Há quem teça loas (merecidas) também para a atuação de Demi Moore em “The Substance”. É um filme de terror sobre uma atriz decadente que aplica uma fórmula misteriosa no corpo capaz de gerar um duplo de si, só que mais jovem.
Neste sábado serão conhecidos os ganhadores do festival, decididos por um júri presidido por Greta Gerwig. A decisão será deliberada por ela e uma equipe que reúne: a roteirista e fotógrafa turca Ebru Ceylan; as atrizes Lily Gladstone (EUA) e Eva Green (França); a diretora libanesa Nadine Labaki; o realizador espanhol Juan Antonio Bayona; o ator italiano Pierfrancisco Favino; o cineasta japonês Hirokazu Kore-eda; e o astro francês Omar Sy.