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Ty Segall: o folk pode ser prog? E o prog, pode ser indie?

Melhor perguntar para o gênio inquieto do indie atual

por Robert Halfoun

O folk pode ser progressivo? E o progressivo pode ser indie? E se colocarmos umas pitadas de psicodelismo nessa panela?

Bem, melhor perguntar ao prolífico Ty Segall e ele responderá com Three Bells, um álbum que reafirma sua inquietude criativa e sua capacidade de reinventar o rock psicodélico.

Isso significa misturar momentos que flertam com a introspecção, mudanças inesperadas de andamento e uma produção realmente detalhista. Tudo isso sem perder a energia hiperativa que caracteriza o seu trabalho. Afinal, o que esperar de um cara que não para nunca?

Three Bells é imprevisível da primeira a última faixa – e esse é o grande trunfo do álbum. Em “The Bell”, o dedilhado suave se transforma numa explosão instrumental, numa viagem indie–prog memorável. Apenas ela já valeria o disco.

Só que não, porque estamos falando de um discaço no qual as canções se superam, faixa a faixa.

“Move” traz um dueto entre a convidada Denée Segall e Ty. E merece destaque ao revelar  timbres tão diferentes e que se completam brilhantemente.

Enfim, Ty Segall reafirma sua posição como um dos nomes mais inventivos do rock contemporâneo, entregando um disco que desafia expectativas e mantém sua essência intacta. Three Bells é para colocar numa lista dos álbuns que a gente escutará para todo sempre.