RODRIGO FONSECA

Empório quadrinístico, o site da Panini Comics disponibilizou para venda uma série de HQs do Venom, comemorando os 40 anos do personagem, ampliando a expectativa pela estreia de seu novo filme: “A Última Rodada” (“The Last Dance”). A estreia: 24 de outubro. A direção é de Kelly Marcel. Simbionte alienígena egresso da dimensão da entidade chamada Beyonder, disfarçado como um uniforme extra do Homem-Aranha, esse ex-vilão, atual anti-herói, tem um superpoder de matar os Vingadores de inveja: driblar críticas negativas e se firmar como um campeão de bilheteria.

Seu longa-metragem anterior, “Tempo de Carnificina”, que acaba de chegar à Amazon Prime, tornou-se fenômeno de bilheteria no Brasil. Pelo mundo afora, sua arrecadação foi de US$ 507 milhões. Mesmo com toda a saraivada de ataques por parte de uma crítica que não embarca nessa figura surgida como um tecido vivo em 1984 e depois reinventada como ferrabrás por Todd McFarlane e David Michelinie.

O primeiro filme, de 2018, faturou US$ 856 milhões, consagrando Tom Hady (em cartaz com “Clube dos Vândalos”), como um vigilante do Bem (ou quase), sob a direção de Ruben Fleischer (“Zumbilândia”). O regresso de Hardy ao papel do jornalista Eddie Brock (que é fotógrafo nas HQs) em “Venom: Let There Be Carnage” foi pilotado pelo eterno Gollum, o ator inglês Andy Serkis, que viveu o mordomo Alfred em “The Batman” (2022).

Serkis conta com o talento de Woody Harrelson para viver o vilão, o serial killer Cletus Kasady, que se reinventa com uma substância ET vermelha chamada Carnificina. No Brasil, Guilherme Briggs dubla Hardy muito bem e Hércules Franco dá voz a Harrelson.

Aliás, a Panini lançou o ótimo álbum “Carnificina: Preto, Branco e Sangue”, com uma série de aventuras de Kasady.

Há um efeito visual humano no filme de Serkis que faz toda a diferença na alquimia dos gibis Marvel com o cinema: o fotógrafo Robert Richardson (de “A Invenção de Hugo Cabret”).

Seu olhar no obturador sabe traduzir fantasia como poucos. Ele embala com um colorido de quadrinho uma aventura sobre volta por cima – do Bem e do Mal – editada com velocidade de nave espacial por Maryann Brandon e Stan Salfas. Na trama, Brock e Venom, seu hóspede, vindo do espaço, andam numa DR irreconciliável, uma vez que o ser estelar precisa se alimentar de cérebros humanos.

Em meio a essa batalha, Brock faz uma reportagem com Cletus (Harrelson, impecável em cena), um psicopata que morde o jornalista, extraindo de seu sangue filigranas do parasita que habita em seu organismo. O resultado de sua mordida é sua transformação dele no monstro chamado Carnificina. A criatura surgiu no planisfério quadrinhófilo em 1992, como um dos mais selvagens inimigos do Homem-Aranha.