Alexandre María é um cantor, compositor e guitarrista de Recife, que trabalha a partir de sonoridades alternativas do Norte ao Sul global, misturando noise das guitarras distorcidas e o lirismo, reflexão e tradição de sons brasileiros e nordestinos.
Entre os trabalhos lançados, estão o EP “22 graus” (2018), o single “Problema Infinito” (2019). Após o impacto inicial da pandemia de covid-19, retorna com uma nova formação em 2022, divulgando o clipe do primeiro single de seu novo disco, a canção “Digital” (2022), com vídeo produzido pela Feiosa Produções.
Agora lança seu primeiro álbum cheio, “Da tristeza à fúria”, um trabalho 100% autoral, que mistura todas as influências do artista e também explora as suas experiências tendo tocado em eventos e trabalhos com variados artistas da cena brasileira, como DJ Dolores, Aldan (MG), Jonatas Onofre, Bike (SP) e Cosmogrão.
“Eu acredito que o disco é o registro de um período onde eu estava compondo e tocando muito ao vivo, podendo experimentar ideias e me compreender enquanto artista. É uma amostra do espírito punk pelo qual eu guio minha vida, com detalhes imperfeitos e uma produção meio ríspida que eu resolvi acolher”, comenta o artista.”O título vem de uma frase do livro “Da vida nervosa (das classes trabalhadoras urbanas)”, um livro de antropologia da saúde que elenca esses distantes pólos da vida, e a idéia de transitar “da tristeza à fúria” fazia todo o sentido para as canções do disco”, complementa.
Ao longo das 12 faixas, Alexandre María versa sobre livros, como em “Sem Medo”, faixa feita na época que eu estava lendo um livro de antropologia chamado “Vita”, de João Biehl. “fala sobre uma mulher que perde muito da autonomia física e mental, mas possui uma história e tenta estabelecer pela linguagem uma nova forma de relacionar com sua vida”, explica. O álbum apresenta faixas gravadas durante a pandemia, canções românticas e também sobre política, como a bonus track “Nostalgia”, que versa sobre o ataque a Brasília no dia 8 de Janeiro e tem um certo ar demo por ter sido gravada mais lo-fi. Tudo isso reverberando sonoridades de artistas que vão de Nick Cave ao CAN, passando por Husker Du, Sonic Youth, passando por Vitor Brauer, Siba e até ritmos populares em Recife como o brega.