Myrna Silveira Brandão, de Berlim
A diretora Paula Gaitán apresentou nesta terça (25) em noite de gala seu novo filme, “Luz nos Trópicos”, na Fórum desta 70ª edição do Festival de Berlim, aplaudido ao fim da exibição. A Fórum – que é uma seção independente do festival organizada pelo Arsenal, Instituto de Cinema e Arte em Vídeo – está comemorando seu 50º aniversário.
A programação selecionada para este ano procurou misturar antigos e novos momentos. A categoria está constituída de filmes desafiadores e instigantes que mescla cinema com artes visuais, teatro e literatura.
Muitos dos 35 filmes do programa deste ano – 28 dos quais são estreias mundiais – se distinguem pela forma como navegam entre o passado e o presente, como é o caso do novo trabalho de Gaitán.
Chamada ao palco, Gaitán disse que estava muito feliz porque o tempo abriu e estava um lindo dia de sol.
A seguir – o que pode até ser interpretado como uma comparação – continuou.
“Estou muito feliz também com meu filme aqui. Foi um convite maravilhoso porque no Brasil estamos vivendo tempos sombrios”, ressaltou, pedindo que todos ficassem até o final para participar do debate.
O filme segue um jovem de ascendência indígena que parte de onde mora, no norte, para descobrir a história de seu povo, no coração da América do Sul. Ao redescobrir a memória de seus antepassados, ele sonha com a história das conquistas e a decadência dos homens brancos. Em uma jornada transformadora da natureza, homens e luz, onde há uma interseção entre esses múltiplos universos e um ensaio sobre os territórios complexos e as pessoas das Américas. “Luz nos Trópicos” é um filme sobre a marcha da humanidade através do tempo e do espaço.