Myrna Silveira Brandão
Depois de “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, na Panorama, e “Meu nome é Bagdá”, de Caru Alves de Souza, na Geração, a 70ª edição do Festival de Berlim (20.2 a 1.3) divulgou a inclusão de mais títulos brasileiros no evento, desta vez na Mostra Fórum.
Gustavo Vinagre, que esteve no Festival em 2018 com “A Rosa Azul de Novalis”, retorna nesta edição com “Vil, má”; a prestigiada diretora Paula Gaitán vai participar com “Luz nos Trópicos”, uma brilhante homenagem às florestas e rios da América do Norte e do Sul e aos povos indígenas que vivem na região; e ainda, numa produção conjunta, o Brasil marca presença com “ChicoVentana también quisiera tener un submarino”, de Alex Piperno – Uruguai /Argentina / Brasil / Holanda / Filipinas.
O experimental Apiyemiyeki, de Ana Vaz, já tinha sido anunciado anteriormente na Fórum Expanded.
“El Tango del Viudo”, de Raúl Ruiz e Valeria Sarmiento (Chile), será o título de abertura da mostra. Ruiz estava realizando o filme no Chile em 1967, mas não conseguiu terminá-lo antes do seu exílio em 1973. Valéria, sua viúva (o diretor morreu em 2011), o finalizou agora, utilizando várias e elaboradas técnicas e permitindo que seu enredo literalmente avance e retroceda no tempo.
Num ano de muitas mudanças – inclusive com a estreia do novo Diretor Artístico Carlo Chatrian, que substitui Dieter Kosslick – a Fórum também está com nova direção de Cristina Nord e programadores igualmente recém-chegados ao Comitê de seleção.
Coerente com a comemoração dos 50 anos da Mostra, a ideia foi mediar passado e presente. Dos 35 filmes selecionados, 28 são estreias mundiais.
Títulos anunciados
Anne at 13,000 ft, de Kazik Radwanski – Canadá / EUA
A Storm Was Coming, de Javier Fernández Vázquez – Espanha
Chico Ventana también quisiera tener un submarino, de Alex Piperno – Uruguai/Argentina / Brasil / Holanda / Filipinas
Entre Perro y Lobo, de Irene Gutiérrez – Cuba / Espanha
This is My Desire, de Arie Esiri e Chuko Esiri – Nigéria / EUA
FREM, de Viera Cákanyová – República Tcheca / Eslováquia
Generations, de Lynne Siefert – EUA
The Notes of Anna / A Mirror that Travels through Time, de Constanze Ruhm – Áustria / Alemanha / França
In Deep Sleep, de Maria Ignatenko – Federação Russa
Strike or Die, de Jonathan Rescigno – França
The Exit of the Trains, de Radu Jude e Adrian Cioflânca – Romênia
As Above So Below, de Sarah Francis – Líbano
Art Comes from the Beak the Way it Has Grown, de Sabine Herpich – Alemanha
La Casa dell’Amore, de Luca Ferri – Itália
Lúa Vermelha, de Lois Patiño – Espanha
Luz nos Trópicos, de Paula Gaitán – Brasil
Maggie’s Farm, de James Benning – EUA
Medium, de Edgardo Cozarinsky – Argentina
The Alien, de Nader Saeivar – Irã
Oeconomia, de Carmen Losmann – Alemanha
Ouvertures, de Louis Henderson e Olivier Marboeuf – UK / França
Petit Samedi, de Paola Sermon-Daï – Bélgica
The Calming, de Song Fang – China
Responsabilidad Empresarial, de Jonathan Perel – Argentina
Zero, de Kazuhiro Soda – Japão
El Tango del Viudo, de Raúl Ruiz, Valeria Sarmiento – Chile
Uppercase Print, de Radu Jude – Romênia
Traverser, de Joel Richmond Mathieu Akafou – França
The Twentieth Century, de Matthew Rankin – Canadá
The Two Sights, de Joshua Bonnetta – Canadá / UK
Victoria, de Sofie Benoot, Liesbeth De Ceulaer, Isabelle Tollenaere – Bélgica
The Viewing Booth, de Ra’anan Alexandrowicz – Israel / EUA
Vil, má, de Gustavo Vinagre – Brasil
What Remains I re-visited, de Clarissa Thieme – Alemanha / Áustria / Bosnia Herzegovina
Zeus Machine, The Invincible, de Nadia Ranocchi e David Zamagni – Itália