Ao Vivo

Chelsea Wolfe hipnotiza o público na França

Fãs ficam vidrados com a performance dela no palco

por Robert Halfoun

A noite na casa de shows Transbourdeur, em Lyon, começa com as islandêsas do Kælan Mikla, numa vibe bem sombria e mística – num prenúncio do que estava por vir. Com aquele som post-punk cheio de influências dos anos 80, elas criam uma atmosfera única, usando flauta e teclados com uma pegada vintage que colocam a plateia numa verdadeira viagem melancólica.

Quando Chelsea Wolfe sobe ao palco, emenda, sem dar trégua, as canções do seu último álbum She Reaches Out to She Reaches Out to She. A voz dela, poderosa e cheia de emoção, domina o ambiente e cada música parece uma imersão num mundo paralelo de sentimentos profundos.

O set up de iluminação ajuda muito. E cria uma atmosfera absolutamente envolvente. Então, o que é bom fica melhor quando Chelsea pega seu violão folk e fica sozinha no palco ao som de “The Liminal”, uma das grandes canções do seu repertório.

A ambientação que era sombria com tons de azul fica “ensolarada”, iluminada por um efeito visual que parecia um vórtex alaranjado. A cena é bela de se ver.

O setlist, enfim, mistura músicas novas e clássicos do repertório, como “16 Psyche” e “The Culling” do álbum Hiss Spun, para êxtase da plateia. O show termina de forma épica com “Vex”, com os fãs incrédulos. Nem eles esperavam tanto.

No dia seguinte, a crítica especializada derrama-se em elogios, destacando o fato de como Chelsea consegue criar uma quase catarse coletiva, tamanha a intensidade da sua apresentação. Mesmo com uma presença de palco quieta, ela se impõe de forma única, usando a voz, precisa e emotiva, como uma mágica vara de condão.

O que se vê, afinal, no show da Chelsea Wolfe é uma experiência profunda e hipnotizante, que reforça o quanto ela é uma artista essencial na cena dark-folk e gótica de hoje.