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‘Dahomey’ abre caminhos pra 2025

Ganhador do Urso de Ouro de Berlim arrebata fãs no streaming, via MUBI, debatendo ancestralidade

Por Rodrigo Fonseca

RODRIGO FONSECA
Laroyê! O Urso de Ouro de 2024 está no meio de nós, ao alcance de um clique, na MUBI. Sob as bênçãos dos orixás, “Dahomey”, um documentário feito entre o Benin, o Senegal e a França, pela atriz e cineasta Mati Diop, está no www.mubi.com. Na dúvida do que ver antes da virada, na chegada de 2025, aposta em Mati. Além de tudo, o filme é curtinho. São só 68 minutos. Exibido em outubro na Mostra de São Paulo, “Dahomey” é uma das apostas para o Oscar de 2025, buscando uma vaga na festa da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood como representante oficial do governo senegalês. Estima-se que possa ser o favorito na disputa pela estatueta de não ficção. Recentes projeções em terras europeias, embaladas pelo prestígio adquirido no Festival de Berlim, foram uma forma de expandir o prestígio de Mati e ampliar o espaço dessa investigação antropológica nos combates políticos sobre o sucateamento do relicário africano. Fala-se que ela vá voltar à Berlinale este ano, como jurada de .docs ou como integrante do júri oficial, presidido pelo diretor Todd Haynes.
“Busquei em ‘Dahomey’ cartografar ramificações do colonialismo e desnudar os meios como a violência histórica é praticada a partir de nosso patrimônio cultural”, disse Mati ao Laboratório Pop, na capital alemã.
Laureada em 2019 com o Grande Prêmio do Júri de Cannes de 2019 por “Atlantique” (lançado no Brasil via Netflix), Mati dá uma aula de geopolítica em “Dahomey, trilhando caminhos de fantasia. Seu roteiro é estruturado a partir da triagem do tráfego de relíquias beninenses, surrupiadas por colonizadores europeus. Após décadas sumidas, elas estão de volta ao lar. Uma dessas peças, uma estátua chamada de Número 26, é quem narra a rapinagem histórica sofrida por populações da África, como se fosse uma entidade.
Curta “Dahomey” com toda a potência da MUBI.
Feliz Ano Novo!