Texto e foto: Luciano Vianna
Scream for me Curicica!!!!
Foi assim que os cariocas do Gangrena Gasosa encerraram seu disputado show no palco Favela. Curicica, sub-bairro de Jacarepaguá, é o lar da Cidade do Rock, que, depois de três anos, volta a receber o Rock in Rio.
E para marcar esse retorno, nada melhor do que estrear com o dia mais tradicional do calendário festival, o Dia do Metal.
Hordas de camisas pretas (90% da atração principal, o Iron Maiden) e muita animação do público, brindado, infelizmente, com shows medianos, sem nenhum destaque que entrasse para a história do evento.
A missão de abrir o palco principal ficou para a parceria do Sepultura com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Se na teoria isso podia parecer estranho, na prática ficou uma coisa bizarra. Um show que poderia até funcionar pela experimentação, num grande teatro, mas de tarde no palco do festival, soou apenas modorrento e preguiçoso.
Os próximos a subir no palco Mundo foram os franceses do Gojira, com sua mistura de heavy metal e Hard rock que, se não empolgou ninguém, também não fez feio com a multidão que já lotava o espaço.
Por falar em lotar, o Living Colour subiu no palco Sunset com o maior público da noite no segundo palco do festival. Os americanos receberam o virtuoso guitarrista Stevie Vai. Foi uma delicia ver dois dos maiores guitarristas do rock juntos, Vai e Vernon Reid, que tocaram Led Zeppelin e Jimi Hendrix. O senão foi o estranho setlist do show, que deixou alguns dos maiores sucessos do Living Colour de fora e estranhou muita gente.
Logo depois o Sunset recebeu os galeses do Bullet From My Valentine, principal atração do palco. Com um heavy metal beirando um screamo bem azeitado e a experiência de serem headliners de festivais no mundo todo, a banda fez o melhor show da noite de estréia do Rock in Rio.
Nos palcos paralelos, os veteranos do Ratos de Porão e o sarará metal do Gangrena Gasosa foram o destaque, ambos levando um gigantesco público aos seus shows.
Atração principal da noite, os veteranos do Iron Maiden entraram com o jogo ganho, mas quase deu zebra, pois o som baixo e embolado estragou praticamente a primeira metade do show. Foi só depois de Fligh of Icarus, a sétima música de quinze, que o som melhorou e o show começou a animar, num crescendo até o apoteótico fim com Aces High, com direto a discurso de Curchill e avião Spitfire sobrevoando o palco. No final, Bruce Dickson ainda revelou que o Maiden volta ano que vem ao Brasil como uma das atrações do festival The Town, em São Paulo.
O fim da noite ainda tinha o show do Dream Theater, mas dispensei. Afinal, ainda não estou morto por dentro.
LIVING COLOUR + STEVIE VAI
GOJIRA
BULLET FROM MY VALENTINE
IRON MAIDEN