A palavra hipnagógica significa o estado de transição entre a vigília (quando estamos acordados) e o sono. É aquele momento em que estamos começando a adormecer, mas ainda conscientes o suficiente para perceber pensamentos, imagens ou sensações que podem parecer vívidas, estranhas ou surreais.
Na música, ela indica uma qualidade onírica e introspectiva, como se a obra colocasse o ouvinte entre a realidade e o sonho. E é assim que podemos definir, sem exagero, o que Here In The Pitch faz com a gente, quando o colocamos para tocar.
O disco é uma obra de rara delicadeza (e beleza!), em todos os aspectos. Da voz suave e encantadora de Pratt aos arranjos que colocam tudo absolutamente no lugar. Com uma leveza transcendental.
O jornal inglês The Guardian publicou uma sacada genial: Here In The Pitch tem uma vibe que o faz parecer um “clássico esquecido”. Um álbum perdido da Dusty Springfield, talvez. A ideia vem muito porque o disco traz canções que nos dão a estranha sensação de conhecê-las, sem nunca tê-las ouvido antes. “Better Hate”, “Get Your Head Out” e “By Hook or By Crook” são algumas delas. Esta última com um tico de bossa nova, por causa da batida do violão.
Em tempo, Here In The Pitch é o quarto na lista dos 50 melhores álbuns indie de 2024, da revista americana Rolling Stone.