ROBERT HALFOUN, DE LYON (FRANÇA)

Rewind para dezembro de 2018. São Paulo. Quem vê o alemão Hannes Bieger na D-edge quase não acredita no som que vem do palco, em altíssima fidelidade. E não esquece jamais.

Nunca ouviu falar? Bem, você não ouve eletro. E aqui vai uma bio num rato: ele é o grande mestre dos sintetizadores modulares, desde que mergulhou de cabeça nos cabos, plugues e frequências, em 2016.

De lá para cá, a coisa só melhora. Muito. O disco “Balance presents”, de 2022, é uma peça rara. Cool-cheio-de-ritmo-no-talo, traz o suprassumo da assinatura de Bieger: as texturas. O que ele expurga dos speakers remete à sonoridade original das experimentações eletrônicas dos anos 1960 conectado ao que queremos ouvir agora.

Não à toa, Hannes Bieger é um dos caras mais cultuados (chamado de maestro por muita gente boa) e esperados das noites de eletro que bombam no verão europeu. Com sets poderosos e divertidíssimos (a partir da de um Moog Sub 37, um DSI Prophet-6 e um UA Apollo 8 conectados numa mesa SSL), repleto de sonoridades e referências surpresas, ele reúne audiências absolutamente plurais nas suas performances, desde quem vai apenas beber e pular até quem quer, digamos, degustar música de qualidade, independentemente do seu estilo.

De novo, a ideia aqui é música eletrônica em alta fidelidade, mesmo ambientes ao ar livre, para milhares de pessoas.

Vale dizer, antes de seguir em carreira solo, há seis anos, Bieger foi um dos engenheiros de mixagem mais requisitados da Europa, cultivando uma reputação intocável, com uma lista enorme de artistas, incluindo alguns dos maiores nomes do house e do techno.

Em 2024, Bieger lançou três singles que precisam estar na sua playlist: “Fear is gone”, com Cari Golden ; “Black hole” e, especialmente, “Rising”, com Shrii.

Vem para Europa? O alemão está em turnê até o último dia de agosto, com presença recém-confirmada num dos festivais mais legais do do mundo!, o Mysteryland, em Amsterdã, na Holanda.