Desde a retomada dos shows e festivais pós pandemia, o preço dos ingressos está doendo no bolso da gente. Tudo bem que o dólar está altíssimo, fruto da péssima política econômica de Paulo Guedes e as passagens de avião praticamente dobraram de preço em menos de um ano, mas realmente precisa de todo esse aumento? Pesquisa revelada em novembro pelo Banco Itaú, a Análise de Comportamento de Consumo, fez um comparativo entre o último trimestre de 2021 e o mesmo período em 2022,e revelou, pasmem, que os gastos do público com o setor de entretenimento subiram inacreditáveis 939% no período. Isso somados preços de ingressos, hospedagem, viagens, etc..

Essa semana a revista americana Pollstar, a Bíblia da indústria musical por lá, revelou a lista dos festivais que mais deram lucros no mundo em 2022. Em primeiro lugar ficou o Outside Lands, em San Francisco, com uma venda de 225 mil ingressos e uma renda bruta de quase 34 milhões de dólares, mas o que interessa para a gente é o que vem depois. O segundo lugar entre os festivais mais rentáveis do mundo é o Lollapalooza Brasil. O evento, que aconteceu no último fim de semana de março, vendeu 267 mil ingressos, com uma renda bruta de mais de 21 milhões de dólares. Isso apenas de venda de ingressos, sem contar os milionários patrocínios vendidos às empresas.

Isso num país onde o salário mínimo não compra nem um terço do ingresso mais caro do festival, o Lolla Pass Lounge, que hoje está esgotado ao custo de R$5.344,00. Ou seja, se continuarmos nessa toada, daqui a pouco a cultura dos shows ficará cada vez mais restrita a um seleto grupo que pode pagar esses absurdos. 2023 promete um maior aquecimento de festivais para o Brasil com um aumento ainda maior de preços. Qual a solução?

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