Neil Young sempre teve um talento único para capturar momentos em sua música, e Oceanside Countryside é uma prova disso. Gravado em 1977, mas lançado apenas agora, o álbum traz um Young introspectivo e em plena forma criativa, equilibrando delicadeza acústica e um country-folk envolvente.
O disco se divide em duas partes distintas: a primeira, Oceanside, traz gravações solo intimistas, em que Young se desdobra entre violão e voz, criando atmosferas serenas e contemplativas. Já Countryside expande esse universo, trazendo uma banda completa que adiciona uma textura mais encorpada às composições.
O resultado é um registro que transita entre a introspecção solitária e a vibração orgânica de um grupo de músicos afinados. Canções como “Sail Away” e “Pocahontas” ganham versões que soam frescas, mesmo para quem já conhece suas regravações em álbuns posteriores. É fascinante perceber como Young experimentava com arranjos e nuances vocais, dando às faixas um tom mais cru visceral.
Apesar de não ser um disco “novo” no sentido tradicional, Oceanside Countryside é uma peça essencial para entender a trajetória do músico. Ele preenche lacunas na discografia de Young e oferece uma perspectiva mais pura e espontânea de seu processo criativo.
Para os fãs, é uma joia resgatada do tempo; para novos ouvintes, uma porta de entrada para a magia atemporal de Neil Young, especialmente por oferecer uma visão fascinante de período mais country do que rock.