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Neil Young setentão surge com disco inédito

Oceanside Countryside traz visão fascinante de um período mais country do que rock

por Robert Halfoun

Neil Young sempre teve um talento único para capturar momentos em sua música, e Oceanside Countryside é uma prova disso. Gravado em 1977, mas lançado apenas agora, o álbum traz um Young introspectivo e em plena forma criativa, equilibrando delicadeza acústica e um country-folk envolvente.

O disco se divide em duas partes distintas: a primeira, Oceanside, traz gravações solo intimistas, em que Young se desdobra entre violão e voz, criando atmosferas serenas e contemplativas. Já Countryside expande esse universo, trazendo uma banda completa que adiciona uma textura mais encorpada às composições.

O resultado é um registro que transita entre a introspecção solitária e a vibração orgânica de um grupo de músicos afinados. Canções como “Sail Away” e “Pocahontas” ganham versões que soam frescas, mesmo para quem já conhece suas regravações em álbuns posteriores. É fascinante perceber como Young experimentava com arranjos e nuances vocais, dando às faixas um tom mais cru visceral.

Apesar de não ser um disco “novo” no sentido tradicional, Oceanside Countryside ­é uma peça essencial para entender a trajetória do músico. Ele preenche lacunas na discografia de Young e oferece uma perspectiva mais pura e espontânea de seu processo criativo.

Para os fãs, é uma joia resgatada do tempo; para novos ouvintes, uma porta de entrada para a magia atemporal de Neil Young, especialmente por oferecer uma visão fascinante de período mais country do que rock.