Cinema

NYFF: Google versus os direitos autorais

Por Laboratório Pop

por Carlos Augusto Brandão, de Nova York

“Google and the world brain”, de Ben Lewis, foi apresentado ontem no Festival de Nova York, na recém-criada mostra paralela Applied Science, que se destina a trabalhos focados em projetos fora do convencional.

 

O filme também integra a programação do Festival do Rio e será exibido na Mostra TEC.

 

Locado na China, Estados Unidos, Europa e América Latina, o filme trata de sonhos, dilemas e perigos da Internet.

 

Em 1937, o escritor e futurista HG Wells havia previsto a criação de algo chamado “Cérebro Mundial”, uma biblioteca global gigante, que lideraria uma nova forma de inteligência e conectaria o conhecimento humano.

 

Como mostra o filme, setenta e cinco anos mais tarde, a confirmação dessa previsão pode estar a caminho através do ambicioso projeto do Google de   escanear milhões de livros para o seu website Google Books.

 

Em articulação com as mais prestigiadas bibliotecas do mundo, os webmasters estão reinventando os limites do direito autoral em nome do livre acesso para todos e em qualquer lugar do planeta.

 

Se concretizado, o projeto possibilitará que todo o conhecimento fique acessível nesse chamado cérebro mundial.

 

Grande parte desse material,  no entanto, ainda está protegido  por direitos autorais e diversos autores ao redor do mundo estão iniciando  uma campanha para pará-lo.

 

Lewis diz que o filme é sobre o que acontece quando uma das mais antigas instituições para disseminar informação – a biblioteca  – entra em contato com uma tecnologia  de ponta – a Internet – bem como com o escâner.

 

“Eu espero que o filme provoque uma reflexão crítica sobre a Internet.  Dar informação de graça  para as pessoas pode não ser tão bom quanto parece se ela está sendo tirada de outros sem o devido pagamento ”, afirma o diretor, acrescentando que, além disso, seria uma maneira de manter sob controle todo o conhecimento disponível de forma monopolista.

 

Com “Google and the world brain”, Lewis – autor de muitos documentários para TV–  abre um grande debate sobre informação, direitos autorais  e a ética que deve ser seguida em face dos avanços tecnológicos no mundo atual.