Rasura se inspira em crises de pânico para uma canção de fácil identificação que une um olhar experimental e pegada pop. “Pã (A Luz Apagada)” antecipa o lançamento do álbum de estreia do projeto.

A canção surge como uma expressão pessoal, influenciada por um contexto musical mais sombrio e pela vivência do artista em um ambiente de trabalho paradoxal, onde discursos liberais contrastam com práticas agressivas de venda.

“Eu achava muito interessante como se falava muito de saúde mental, mas de portas fechadas as reuniões eram sobre vender publicidade de forma super agressiva, criar o tal do FOMO. Me parecia impossível não achar isso paradoxal. Tentei me colocar na pele de uma personagem que vê o mundo somente a partir do próprio narcisismo e como isso cria um monte de paradoxos, vai deixando a pessoa paranóica em relação aos outros, fazendo com que se sinta o tempo todo perseguida, vigiada”, conta ele

“A relação com o pânico me interessa porque a gente valoriza muito as obsessões, sobretudo no ambiente de trabalho. A pessoa que fica até mais tarde, quem chega antes. Isso não tem nada a ver com eficiência, mas existe uma performance de efetividade capitalista que nos pede tudo em troca de migalhas. E isso machuca as pessoas mas, para continuar pagando seus aluguéis, crescendo em suas carreiras, elas vão até o limite. Vão ‘apagando a sua luz’, se tornando menos curiosas em relação à vida, menos ternas mais… efetivas”, ele diz.

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