Quando sentei para bater esse texto, veio logo uma dúvida: o que escrever que ainda não tenha sido feito sobre o Rock In Rio 2019? Eu não queria falar pela milésima vez como o show do Weezer foi o melhor das três primeiras noites do evento ou como o CPM 22 + Raimundos merece ser headliner de qualquer festival de agora em diante. Com isso, praticamente nada restou, a não ser impressões muito pessoais, então, vamos a elas:
Se você nunca veio ao Rock in Rio por achar que o perrengue é maior que a diversão, venha nesse. Tudo está funcionando perfeitamente bem (guardadas as devidas proporções para um evento desse porte), desde a ida de metrô e BRT – comprar ônibus primeira classe, além de custar mais de 6xs o preço do transporte público, ficou desnecessário, porque o BRT te deixa bem próximo a entrada – até o espaço em si, que ficou maior e mais bem estruturado que nos outros anos. Poucas filas, muitas coisas para fazer, banheiros limpos e muitas opções de comidas. Caras, por sinal.
As três arenas das Olimpíadas adaptadas para o festival criaram praticamente um evento por si só. Logo na entrada, a NAVE te recebe com um espetáculo visual de luz e som incrível, onde você se sente dentro de uma bola, com toda a ambientação. Depois vem a Arena do FUERZA BRUTA, a trupe acrobática performática argentina que criou um espetáculo de 35 minutos especialmente para o festival e que surpreende pela grandiosidade de estar inserido num contexto muito maior que o deles. E por fim, a Arena Game XP, onde, além de poder jogar de graça dezenas de videogames, também tem áreas de brinquedos interativos, personagens para fotos e muitas surpresas.
Continuando o passeio por esse verdadeiro bairro que se transformou o Parque Olímpico, você chega na Rota 65, área feita para relembrar o primeiro Rock in Rio. Além de plataformas artísticas, o local conta com cervejaria, lojas, palco e até uma capela estilo Las Vegas, onde um Elvis Presley está a postos para casar os pombinhos.
Andando mais (prepare as pernas e venha com tênis confortável), você chega a um mirante de onde se vê a área asiática, com shows e performances o dia todo e também a um novo letreiro com o nome do festival, bem mais vazio que os pertos da entrada e ideal para fotografar com o palco de música eletrônica ao fundo.
E por falar em eletrônica, o palco New Dance Order veio para ficar e se tornou uma das áreas mais cheias do festival, rivalizando com o Palco Sunset. Com uma estrutura e um visual de fazer inveja a qualquer festival do mundo, ele impressiona bastante pelo tamanho e potência do som.
Ao lado fica a Montanha Russa, com looping, que aumentou de tamanho em relação aos anos anteriores e serve de ponte entre o mundo da música eletrônica e o rock´n´roll da Rock District, onde medalhões e novas bandas se apresentam durante todo o dia. Meio clichê, mas válido pela diversão.
A revelação do festival até agora é o Espaço Favela. Além dos grandes shows como Heavy Baile e BK que hiperlotaram o local, a cenografia e as apresentações de dança também deram o que falar, para bem ou para o mal. Teve gente achado de muito mal gosto o espaço, porque promovia uma segregação dos pobres dentro do festival, assim como teve gente achando que o espaço, pelo contrário, trazia o subúrbio para dentro do Rock in Rio.
Para a geração do instagram, o festival tem dezenas de lugares instagramáveis. Desde o pórtico da entrada, com um gigantesco (mas bota gigantesco nisso) Rock in Rio até cada uma das Arenas, a ambientação é toda feita para você tirar centenas de fotos para deixar os amigos com inveja.
Repararam que até agora não cheguei ainda aos dois palcos principais de shows, o Mundo e o Sunset? É simplesmente para mostrar que você pode se divertir por horas dentro do evento e nem ligar para a parte musical. Atração é o que não falta!