Myrna Silveira Brandão

“The kindness of strangers”, de Lone Scherfig, dá partida na próxima quinta feira (7) à 69ª edição do Festival de Berlim, um dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo. Até seu encerramento no dia 17, a Berlinale apresentará cerca de 300 títulos, além de debates, seminários, retrospectivas e homenagens.

O filme de Scherfig – que também está na disputa pelo Urso de Ouro – é um drama contemporâneo que segue um conjunto de personagens diferentes lutando para sobreviver no inverno de Nova York e que encontram amor e bondade uns nos outros.

O Brasil está presente em várias mostras. Na oficial, fora de competição, “Marighella” estreia na direção de Wagner Moura e terá sua première mundial. Seu Jorge estrela o filme no papel do famoso guerrilheiro.

Na Panorama, a principal paralela do evento, marca presença com três filmes: “Estou me guardando para quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, documentário sobre os trabalhadores da indústria têxtil de Toritama (CE), conhecida como a capital do jeans; “Divino amor”, do pernambucano Gabriel Mascaro, estrelado por Dira Paes numa história gospel futurista; e “Greta”, de Armando Praça, sobre um enfermeiro gay na terceira idade (Marco Nanini), que leva um de seus pacientes para casa.

Na mesma Mostra, emplaca dois títulos como coprodutor com outros países: “La Arrancada”, documentário dirigido pelo amazonense Aldemar Matias – com França e Cuba; e “Breve Historia del Planeta Verde”, do argentino Santiago Loza – com Argentina, Espanha e Alemanha.

Na Geração, mostra destinada aos jovens, participará com “Espero tua (re) volta”, de Eliza Capai, documentário sobre ocupação de prédios públicos por estudantes em São Paulo em 2015.

A delegação brasileira também integra a Fórum, mostra conhecida por selecionar filmes experimentais, com três títulos: “Querência”, de Helvécio Marins Jr – coprodução com Alemanha – sobre a vida do vaqueiro Marcelo que sofre um assalto e perde todo o seu rebanho; e com os documentários “Chão”, de Camila Freitas, sobre o movimento dos trabalhadores sem terra; e “A Rosa Azul de Novalis”, de Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, que explora a nudez e sexualidade e já mostrado no Festival de Brasília.

Concorre ainda ao Urso de Ouro de Curtas-Metragens com “Rise”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, uma produção Brasil / Canadá, sobre artistas no submundo de Toronto.
A cineasta brasileira Maria Augusta Ramos (“O Processo”), integra o Júri Glashütte de Documentários, ao lado da italiana Maria Bonsanti e o cineasta americano Gregory Nava.

Mostra oficial

A atriz francesa Juliette Binoche presidirá o júri da Mostra mais importante do festival, que exibirá um total de 23 filmes, 17 em competição.

A delegação europeia lidera o número de títulos, entre outros com: The Golden Glove, de Fatih Akin – Alemanha / França; Grâce à Dieu, de François Ozon – França; Elisa y Marcela, de Isabel Coixet – Espanha; Mr. Jones, de Agnieszka Holland – Polônia / UK / Ucrânia; e Out Stealing Horses, de Hans Petter Moland – Noruega / Suécia / Dinamarca

Outros destaques incluem: o documentário “Varda par Agnès”, da veterana diretora belga Agnès Varda – França – fora de competição; “Ghost Town Anthology”, de Denis Côté – Canadá; e Vice, de Adam McKay – EUA – fora de competição e que concorre a sete prêmios do Oscar.

Na Berlinale Special são aguardados com expectativa o documentário Watergate, de Charles Ferguson – EUA; e The Boy Who Harnessed the Wind, de Chiwetel Ejiofor – UK.

Panorama

A paralela mais prestigiada da Berlinale – que exibirá um total de 45 filmes de 38 países – está celebrando sua comemorativa edição de 40 anos.

Entre os destaques – além dos filmes de Gomes, Mascaro e Praça – estão: Skin, do cineasta israelense Guy Nativ, estrelado por Jamie Bell; A Dog Called Money”, documentário de Seamus Murphy sobre a vida e música de PJ Harvey. e Mid90s, estreia na direção do ator Jonah Hill, sobre um adolescente skatista durante os anos 1990.

Retrospectivas e Homenagens

Na tradicional Berlinale Classics são destaques: o alemão “The Invincibles”, de Dominik Graf (1994); o dinamarquês “A Palavra” (1955), de Carl Theodor Dreyer; e o húngaro “Adoção” (1975), de Márta Mészáros, ganhador do Urso de Ouro naquele ano.

O Urso Honorário, tributo tradicional que é concedido para um artista pelo conjunto da obra, irá para a atriz Charlotte Rampling.

A cerimônia de entrega do prêmio em 14 de fevereiro, será antecedida de uma sessão especial do clássico “O Porteiro da Noite”, de Liliana Cavani, protagonizado pela atriz.

FILMES DA MOSTRA OFICIAL

The Kindness of Strangers”, de Lone Scherfig – Dinamarca / Canadá / Suécia / Alemanha / França – filme de abertura
The Ground Beneath My Feet, de Marie Kreutzer – Áustria
The Golden Glove, de Fatih Akin – Alemanha / França
Grâce à Dieu, de François Ozon – França
I Was at Home, But, de Angela Schanele – Alemanha / Sérvia
A Tale of Three Sisters, de Emin Alper – Turquia / Alemanha / Holanda / Grécia
Ghost Town Anthology, de Denis Côté – Canadá
So Long, My Son, de Wang Xiaoshuai – República Popular da China
Elisa y Marcela, de Isabel Coixet – Espanha
God Exists, Her name is Petrunija, de Teona Strugar Mitevska – Macedônia / Bélgica / Slovenia / Croacia/ França
Marighella, de Wagner Moura – Brasil – fora de competição
Mr. Jones, de Agnieszka Holland – Polônia / UK / Ucrânia
Öndög, de Wang Quan’an – Mongolia
The Operative, de Yuval Adler – Alemanha / Israel / França / EUA – fora de competição
La Paranza dei Bambini, de Claudio Giovannesi – Itália
System Crasher, de Nora Fingscheidt – Alemanha
Out Stealing Horses, de Hans Petter Moland – Noruega / Suécia / Dinamarca
Varda par Agnès, de Agnès Varda – França – documentário – fora de competição
L’ adieu à la nuit, de André Téchiné – França / Alemanha
Amazing Grace, de Alan Elliott – EUA
Synonymes, de Nadav Lapid – França / Israel / Alemanha
Vice, de Adam McKay – EUA – fora de competição
One Second, de Zhang Yimou – República Popular da China