Após o anúncio da turnê “Indie Till I Die”, que reúne as bandas The Enemy, The Subways e The Holloways no mesmo pacote, em outubro, através de seis cidades do Reino Unido, o vocalista Tom Clarke, do The Enemy, atração principal da série de shows, deu entrevista ao portal NME para falar de suas expectativas, impressões e comentar sobre o crescente interesse no ressurgimento do indie rock. A turnê é a segunda da banda desde quando Tom, o baixista Andy Hopkins e o baterista Liam Watts se reuniram novamente em 2022, após se dissolver seis anos antes.

A adição das bandas The Subways, que se mantiveram ativos no cenário musical desde sua estreia na primeira década do século, e do The Holloways, também originado na época, torna as apresentações bastante representativas do cenário musical indie de 15 anos atrás. As três bandas emplacaram 11 dos 40 maiores sucessos daquela época e ajudam a compor a trilha sonora da década que nos deu a calça jeans apertadinha e o rock descompromissado.

Na entrevista, Tom começa admitindo que a série de shows traz um ar nostálgico para quem era adolescente na época, porém assegura que será oportuno se apresentarem para gerações mais novas. Ele comenta que vibrou com a ideia de se apresentar junto às duas outras bandas, que na época de seus auges competiam entre si para emplacar sucessos nas rádios, mas que com o passar dos anos e o amadurecimento de seus membros, agora já livre de egos, enxergam na empreitada a oportunidade de compartilhar sucessos conhecidos e suas experiências com novas audiências.

Neste sentido, faz uma auto-crítica da trajetória do The Enemy, citando o primeiro álbum da banda, “We´ll live and die in these towns”, como sendo seu favorito por ter sido concebido num momento em que não tinham contrato com gravadoras e daí, sem ter que agradar a executivos da música, contém apenas o punk-rock espontâneo que deu notoriedade à banda.

Confessa que os dois álbuns subsequentes foram feitos sob pressão para incluir músicas pop e, portanto, não são seus favoritos.
Sobre o crescente interesse em bandas indie da primeira década do século, deslanchado após a pandemia por uma geração carente de se reunir em festas, em parte por perfis nas redes indiesleaze, que cultua o cenário indie ingênuo daquela época em suas postagens, Tom reconhece não estar antenado com este movimento, se surpreende com a glamurização daquela época,  mas estranha a associação com a palavra “sleaze”, que para ele é um termo derrogatório.

“Combinei com meus parceiros que no próximo álbum vamos  trabalhar para recuperar a sinergia e raízes do primeiro”, diz.

Tom vê nisso uma evolução para ir além dos três acordes em que seus sucessos se baseiam e que vai procurar refinar sua produção.

A Turnê “Indie till I die” é em parceira com a cadeia de casas de show O2, onde as bandas irão se apresentar. Começa em 4 de outubro na O2 Academy de Edimburgo e encerra dia 19 na O2 Academy Brixton, em Londres.