Joia na Semana da Crítica
Rodrigo Fonseca
Mostra competitiva de Cannes paralela à disputa pela Palma de Ouro e voltada para cineastas iniciantes, a Semana da Crítica tem a vocação de, ano a ano, dar ao planisfério cinéfilo uma joia, como fez em 2017 com “Gabriel e a Montanha” e em 2022 com “Aftersun”. Este ano em que encerra sua grade com a produção brasileira “Levante”, o evento acaba de emplacar seu primeiro cult deste ano: “Vincent Doit Mourir”, de Stéphan Castang. O desempenho do jovem ator Karim Leklou é um espanto, num roteiro repleto de influências de George A. Romero. Na trama, o tal Vincent desperta um belo dia para mais uma rotina de mediocriodade até perceber que, sem qualquer explicação, todo mundo à sua volta resolve persegui-lo, o que transforma sua vida num pesadelo digno de filme de zumbi. Uma horda de pessoas enfurecidas passa a persegui-lo, transformando-o numa presa. Cheio de ironia, o filme passa a gravitar entre a comédia e o thriller.
O Festival de Cannes segue até o dia 27. Neste domingo, o único diretor brasileiro na competição oficial, o cearense Karim Aïnouz, exibe o filme que pode lhe render a Palma de Ouro: “Firebrand”. É uma produção inglesa, sobre a relação da rainha Catherine Parr (vivida por Alicia Vikander) e o rei Henrique VIII, papel de Jude Law.