Malcolm Mcdowell faz de Roma sua Laranja Mecânica, num filme de erotismo cálido

 

Rodrigo Fonseca
É no mínimo curioso ver uma cópia restaurada de “Calígula” (1976), de Tinto Brass, numa mostra tão fina como é a Cannes Classica, sobretudo no dia em que a Croisette vai receber o novo curta de Pedro Almodóvar (na pandemia, ele fez “A Voz Humana”, com Tilda Swinton. É nesta tarde que o diretor de “Fale Com Ela” (2002) lança o esperado “Extraña Forma de Amar”. Trata-se de um western queer, no qual Pedro Pascal e Ethan Hawke têm segredos afetivos do passado pra acertarem. Mas vai ser difícil ele conseguir tirar os holofotes da projeção do épico erótico sobre o imperador romano, com Malcolm Mcdowell.

Sua parceira de cena, Helen Mirren, está na Croisette, onde vai falar sobre as controvérsias que viveu com Tinto, no fim dos anos 1970. Era para ser o longa mais devasso do mumdo. Pelo menos era assim o reclame publicitário dele, em sua passagem na TV aberta no Brasil, na OM/CNT, no início dos anos 1990. O novo corte feito para o filme tem 2h53 minutos e valoriza mais a (brilhante) atuação de um Mcdowell ainda impactado pelos sets de “Laranja Mecânica”, em 1971.
Cannes segue até o dia 27.

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