Agenda

Madre é o que queremos num inferninho

Luiza Pereira, ex-Inky, leva o seu ótimo Vazio Obsceno aos palcos

por Robert Halfoun

Luiza Pereira, ex-Inky, agora Madre diz que gosta mesmo é de tocar em festivais e em inferninhos. E são nos ambientes pequenos e escuros onde podemos encontrá-la, desde que começou a fazer os shows de Vazio Obsceno, que ela lançou em novembro de 2024.

Estamos falando de uma obra rara, dessas que só o rock parece poder produzir. Na solidão e angústia da pandemia, Luiza comprou uma guitarra, sem saber tocar o instrumento, descobriu alguns acordes e começou a compor para soltar os bichos. Deu no que deu.

As canções são cruas, com linhas harmônicas simples e pegajosas, vocais soberbos e ótimos refrões. Somado a isso, vem uma produção, feita em parceria com Luccas Villela (também ex-Inky) com todos os códigos que um pós-punk industrial deve ter – quer mais o que num espaço pequeno com som alto, tête-à-tête com o artista?

O resultado de Vazio Obsceno é uma sonoridade surpreendente para o álbum de estreia de um artista, colocando-o na prateleira de cima do rock nacional, ao lado de nomes das antigas como Boogarins, Pluma e Menores Atos (cada um no seu estilo).

É com o Menores Atos, aliás, que a Madre vai parar no Cine Joia, em São Paulo, num show em 11 de abril. Ok, o lugar não tem nada de inferninho, mas A Porta Maldita, também em SP, tem.

Luiza participa da volta da Noite Minuto Indie, em 20 de fevereiro, com Odradeck e Life Aquatic.