Em setembro de 2024, a banda paraibana Papangu lançou Lampião Rei, o seu segundo álbum de estúdio. Ele dá continuidade à proposta sonora do grupo, que mescla rock progressivo, metal e influências da música nordestina, resultando em uma sonoridade única e marcante. 
O álbum apresenta uma narrativa épica que retrata a vida de Virgulino Ferreira da Silva, lendário cangaceiro e figura emblemática do Nordeste brasileiro. A obra aborda desde o nascimento de Lampião (como ficou conhecido) até sua ascensão como o Rei do Cangaço, explorando elementos de realismo mágico e sincretismo religioso. A banda planeja continuar essa narrativa em futuros lançamentos, abordando a queda e a morte de Lampião. 
Gravado pelo engenheiro de som Fernando Sanches, vencedor de três Latin Grammys, e mixado pelo produtor Richard Behrens, conhecido por trabalhos com bandas como Elder e Kadavar, Lampião Rei destaca-se pela qualidade de produção e pela coesão sonora.
Diferentemente do processo de gravação do álbum anterior, Holoceno, que combinou gravações de estúdio e caseiras, este novo trabalho foi majoritariamente registrado ao vivo em estúdio, capturando a energia e a dinâmica da performance da banda. 
A sonoridade de Lampião Rei é uma evolução em relação ao trabalho anterior da banda. No lugar de uma abordagem mais pesada e sombria, agora há elementos de baião, MPB, maracatu e progressivo sinfônico, resultando em uma mistura rica e diversificada. Faixas como “Acende a Luz” e “Boitatá” exemplificam essa fusão de estilos, combinando riffs pesados com passagens jazzísticas e ritmos tradicionais nordestinos. 
A formação atual do Papangu conta com seis integrantes, incluindo os irmãos Rodolfo e Pedro, que trazem uma abordagem voltada para o jazz-rock, e o novo baterista Vitor, que possui experiência tanto em percussão de forró quanto em bandas de death metal. Essa diversidade de influências enriquece ainda mais a proposta musical da banda, resultando em arranjos complexos e dinâmicos. 
A recepção da crítica especializada tem sido amplamente positiva. O site The Elite Extremophile destacou a capacidade da banda em mesclar diferentes gêneros de forma coesa, criando uma experiência auditiva envolvente e inovadora. Já o The Progressive Subway elogiou a evolução sonora do grupo, ressaltando a incorporação de elementos de zeuhl e jazz-rock ao seu som característico.  
Com Lampião Rei, o Papangu consolida-se como uma das bandas mais inovadoras do cenário musical brasileiro contemporâneo, unindo tradição e modernidade em uma obra que celebra a cultura nordestina enquanto explora novas fronteiras sonoras. Este álbum não apenas homenageia uma figura histórica emblemática, mas também reafirma o compromisso da banda em criar música autêntica e relevante.